Luanda - O presidente da UNITA Adalberto Costa Junior anunciou a criação de um grupo de trabalho para levar à justiça internacional um dossier sobre alegados assassinatos de mais de 170 cidadãos angolanos. O mote da realização do debate sobre "o papel dos Serviços de Inteligência de Angola" que a UNITA está a realizar diz que os órgãos de Defesa e de Segurança assassinaram, durante os mandatos de João Lourenço (6 anos), mais de 200 cidadãos angolanos. Agora o seu presidente vem dizer que não é mais de 200. Reduziu para mais de 170. Uma contradição de números que revela qualquer coisa. Quando os políticos mostram contradições, estão provavelmente a esconder qualquer coisa (dizem os manuais de jornalismo). É o primeiro reparo.
Fonte: Portal A Denuncia
Por outro, o senhor Adalberto Costa Júnior é deputado. É presidente da UNITA, mas não larga a "mixa" da Assembleia, ao contrário do seu antecessor Isaías Samakuva, que dava lugar a outros da lista da UNITA. Recebe salários, recebeu carros, casa e está a receber um aumento de subsídios para os deputados (sobre isso não fala nada, estranhamente). Como se pode justificar que alguém que está na casa das leis e que supostamente tem domínio de um "dossier" de assassinatos de mais de 170 angolanos não leva o assunto onde ele próprio está a representar o povo angolano (Assembleia Nacional)? E por que não abre uma queixa-crime à PGR se até tem provas de tais assassinatos?
Mas então um deputado angolano, que ganha salários gordos e benesses na Assembleia Nacional, está a preparar-se para fazer uma denúncia à "justiça internacional" quando ele vive cá, não vive fora de Angola, jurou, quando tomou posse no Parlamento, cumprir a Constituição da República de Angola e a lei, bem como fazer cumprir as leis do país, para afinal fazer denúncias para fora de Angola? Jurou para Angola e os angolanos ou para fora do país (estrangeiros)?
E a tal "justiça internacional" não iria precisar colaborar com a justiça angolana, se houvesse alguma investigação? Ou a tal "justiça internacional" pode vir para o nosso país prender responsáveis dos órgãos de Defesa e de Segurança de Angola? Faz mesmo sentido? Quando eu muitas vezes digo que Angola é azarada (bungle bang em todos os sectores da vida pública), até na oposição, muita gente não me percebe.
O presidente da UNITA não estará a precisar de ajuda psicológica ou mesmo psiquiátrica? Ou também está a falar com o espírito dos tais mais de 170 assassinados para escrever também um livro e ganhar dinheiro?