Luanda - O Movimento Independentista de Cabinda (MIC) considera 1 de Agosto, uma data histórica para os cabindeses, porque, há 48 anos foi proclamado unilateralmente a independência de Cabinda, pelo então presidente da FLEC-FAC, Luís Ranque Franque, bem no auge da descolonização dos territórios e povos africanos.

Fonte: Club-K.net

Num comunicado enviado ao Club-K, assinado pelo presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), Carlos Manuel Cumba Vemba lembra que a proclamação unilateral da independência do encalve aconteceu em Kampala, na República de Uganda, em 1975, na cimeira da Organização de Unidade Africana (OUA), “após a invasão e a consequente anexação ilegal de Cabinda à Angola”, isto é, três meses antes da proclamação da Independência de angolana a 11 de Novembro.

 

De acordo com o MIC, Portugal em conluio com os Movimentos de Libertação de Angola e as potências mundiais agiram articuladamente para que o direito dos cabindeses não vincasse, mesmo com o apoio incondicional de alguns países africanos “infelizmente sem capacidade de influenciarem na mudança da política mundial”.

 

“A máfia política ocidental acabou por prevalecer e, à ONU não foi tido nem achado perante a essa injustiça descabida e refutável que até aos dias hodiernos continuam a não fazer nada para definir este conflito que continua a ceifar vidas humanas e enormes perdas de bens materiais, impedindo desse jeito o progresso económico e social dos cabindeses”, lê-se no comunicado.

 

Na visão do Movimento Independentista, as potências mundiais continuam a tapear e a sonegar a verdade sobre a questão de Cabinda por causa, segundo o MIC, dos recursos naturais que “esses têm vindo a explorar ilegal e desenfreada juntamente com o regime neocolonial angolano”.

 

Refere que a República de Angola na sua Constituição “ponto 2 do artigo 12°” advoga defender a abolição de toda forma de colonialismo, agressão, opressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, “mas, é o mesmo que explora, persegue, aprisiona, tortura e assassina os cabindeses que não aceitam a ocupação desse, impávida nem democraticamente”.

 

Para o MIC, o silêncio da Organização das Nações Unidas (ONU) constitui uma encruzilhada da paz e à segurança internacional que diz ser apologista.

 

O automovimento que luta pela independência da região mais ao norte de Angola ente que a questão de Cabinda continua ser um motivo de vergonha para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a ONU, União Europeia e a União Africana “por serem desonestos e ao insistirem em soluções humilhantes e injustas na resolução do conflito que opõe Cabinda e Angola”.

 

No comunicado que temos vindo a citar, o Movimento Independentista de Cabinda apela aos Estados-membros das Nações Unidas e a comunidade internacional em geral “a reconhecerem sem reservas que Angola e Cabinda são territórios distintos e que nada pode impedir para a realização do referendo de autodeterminação de acordo a Resolução 1514 da AGNU”, finaliza o documento assinado por Carlos Vemba.