Luanda - 1º-Que não se olhe apenas para o desastre de ordem material que agora JLO tenta justificar, com a situação da crise mundial. Há questões, muito graves, de ordem ética e moral políticas, do seu consulado. Embora propiciadas pela práxis jus-constitucional legada por JES, JLO aprimorou-as.
Fonte: MM
E não faltaram alertas sobre o que viria a seguir, quando começamos a sentir a aplicação pura e dura do princípio “agora é a nossa vez”: corromper a magistratura judicial e do ministério público para se dedicar à uma justiça claramente selectica; destruir o tecido empresarial funcional ligado ao anterior presidente, para se iniciar uma monopolização impiedosa da economia, a favor dos novos “donos disso tudo”; gastar rios e rios de dinheiro para transformar as forças da ordem e segurança, num sector de perseguição a adversários políticos (e até em desavenças de carácter pessoais) tanto dentro como, especialmente, fora do partido governante; preparar o salto para futuros mandatos!
Como não faltar dinheiro agora e matar a rica Angola à fome e á indigência, colocando a sua juventude em total desespero?
2º-Que o MPLA, como organização política histórica que é – nas mão de pessoal muito mais jovem, em relação aos seus fundadores, numa altura em que os objectivos a alcançar não devem continuar atrelados ao passado – se exercite em abandonar a velha prática de sacrificar tudo para a glorificação do seu líder, mesmo à custa dos maiores prejuízos para a nossa nação em formação.
3º-Que o processo não se limite apenas à questão da destituição pessoal de JLO , que possa ou não ser concretizada, graças à iniciativa da UNITA que, mais uma vez, preferiu agir dentro do marcos das instituições do proclamado Estado Democrático e de Direito, ainda que, anti-ética e moralmente bloqueadas. Bofetada sem mão? Porque há muito se reuniram as condições para um recurso a formas mais pragmáticas do “direito de resistência”.
Pois, este meu terceiro desejo é que tudo isso termine, finalmente, com a abolição do Estado unilateral que se fundou, em 1975, pela violência e para a violência.
Não importa de onde provirá, decisivamente, o mérito: da UNITA, do MPLA (se se adiantar, de forma positiva) ou dos dois. Mas que desta vez, a vez e a voz sejam devolvidas ao País, que deverá abrir-se para todos.
É urgente o Futuro.
Marcolino Moco