Luanda - No cenário contemporâneo, a meritocracia tem sido amplamente celebrada como o pilar fundamental para o progresso social e econômico. A ideia de que o avanço nas esferas profissionais e sociais deve ser conquistado com base no mérito individual tem sido propagada como a essência de uma sociedade justa e igualitária. No entanto, ao observarmos de perto certas práticas dentro de instituições publicas e privadas, é possível detectar um fenômeno contraditório em ascensão chamado “nepotismo”. Esse fenômeno, que envolve a preferencia por familiares em troca da competência, não mina apenas os princípios da meritocracia, mas também compromete a estabilidade das organizações e perpetua desigualdades.
Fonte: Club-k.net
Neste artigo procurarei explorar a interligação entre a desvalorização da meritocracia e o crescimento do nepotismo, destacando exemplos concretos e suas implicações. Além disso procurei examinar alternativas viáveis para restabelecer um equilíbrio saudável entre mérito e conexões familiares, a fim de promover um ambiente mais justo e eficiente.
A meritocracia é um sistema de avaliação e aceitação com base no mérito individual, ganhou destaque com uma abordagem justa e eficiente para o progresso social e profissional. A ideia de que aqueles que demonstram certas habilidades e competências e dedicação devem ser recompensados com oportunidades de avanço tem sido uma força motriz por trás de muitos sistemas e principalmente educacionais e de emprego. No entanto, essa ideologia tem sido desafiada por um fenômeno que parece corroer a sua essência; o nepotismo.
O nepotismo ou favoritismos (como muitos preferem dizer) é já de domínio coletivo que se trata de contratar alguém por preferencia ou promover familiares, pessoas próximas, em troca de indivíduos mais qualificados. Esta prática mina a estrutura da meritocracia ao favorecer conexões pessoais em vez de mérito. Nas empresas, nos partidos políticos e instituições governamentais frequentemente se veem envolvidas em práticas nepotistas, onde cargos de extrema responsabilidade são confiados aos parentes independentemente da sua capacidade ou competência profissional. A meu ver isto não apenas cria um ambiente de trabalho injusto, mas também reduz a motivação dos demais companheiros talentosos da mesma instituição e que certamente veem suas oportunidades totalmente limitadas por razões contrárias ao mérito.
Cá em angola infelizmente ainda podemos visivelmente verificar em todo lado, e principalmente no cenário político, onde mais vemos casos em que familiares de algumas figuras influentes são nomeadas(o) para posições- chaves e muitas vezes sem a experiencia necessária. E isso de certa forma vai frequentemente comprometer a qualidade das politicas publicas e a confiança do público ao olhar para as instituições.
Nalgumas empresas verifica-se a sucessão de cargos entre familiares em que na qual os herdeiros são designados para cargos de liderança sem a devida avaliação das suas habilidades.
Em suma, para combater ao nepotismo e restaurar o valor e a importância da meritocracia, a meu ver, é essencial implementar medidas rigorosas de seleção e promoção de quadros, e que esta iniciativa possa mesmo se concentrar no desempenho e habilidades dos indivíduos. Adaptando-se assim diálogos de transparência no processo de contratação e promoção podem desencorajar praticas nepotistas, garantindo assim que as decisões sejam baseadas em critérios objetivos. Além disso, criar e investir em programas de capacitação é muito importante e pode nivelar o campo de jogo, permitindo que os indivíduos adquiram capacidades necessárias para entrar na corrida da competição de maneira justa. Ao adoptar praticas que valorizam o mérito podemos aspirar uma sociedade mais justa.
Afonso Botáz - Acadêmico e analista