Luanda - Graça Machel diz não existir segurança alimentar em áreas rurais, por isso, entende que deve ser a prioridade número um do poder público, por se tratar de um “direito inalienável”. A activista moçambicana falava ontem, em Benguela, na Conferência Visão 2030 do grupo angolano Carrinho sobre Auto-suficiência Alimentar, que termina hoje, 08 de Setembro.

Fonte: RFI

A líder da Organização para o Desenvolvimento das Comunidades, Graça Machel, desafiou as mulheres a apostarem no empresariado da agro-indústria, apesar de reconhecer que para este desafio é preciso que haja mais incentivo financeiro da banca.

 

Falando nesta sexta-feira, na província de Benguela, oeste de Angola, sobre o “Fomento Agrícola e a Liderança da Mulher Africana Empreendedora”, a activista moçambicana revelou que nenhum país consegue alcançar a segurança alimentar se não tiver uma estratégia que assegure alimentação para cada família.

 

Nenhum país vai conseguir a segurança alimentar, enquanto não tiver estratégias muito claras de que, cada agregado familiar, tem condições para produzir o mínimo para sua alimentação durante 365 dias e com nutrientes, isso é que se chama segurança alimentar.

 

A activista moçambicana destaca o contributo que as zonas rurais desempenham no fomento da agricultura familiar, todavia lamentou a falta de condições de segurança alimentar nestas localidades.

 

Por isso, Graça Machel entende que a segurança alimentar e nutricional têm de ser prioridades do poder público e do sector privado.

 

As condições das zonas rurais, embora trabalhem muito, mas as zonas rurais não têm segurança alimentar.

 

A segurança alimentar, muitas vezes, existe para a nossa classe média, mas à medida que vamos descendo a questão da segurança alimentar e nutricional tem de se transformar em prioridade número um, não só do poder público, mas também uma preocupação permanente do sector privado.

 

Portanto, a questão da segurança alimentar e nutricional é um direito humano, mãe de todos os outros direitos é, por isso, que tem que merecer a prioridade número um.

 

Hoje, no último dia do certame, Durão Barroso, ex-primeiro-ministro português e antigo presidente da Comissão Europeia, aborda, no período da tarde, “A Industrialização e a Integração do Sector Primário”, na conferência que está a ser co-organizada pelo Carrinho, o Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEEC-UCAN) e pela consultora Deloitte, no âmbito dos 30 anos do grupo, com sede na Catumbela, Benguela.