Luanda - Os inspectores do Departamento de Ilícitos Penais detiveram, recentemente, no município do Balombo, em Benguela, um cidadão, de 40 anos de idade, que, alegadamente, preparava, tradicionalmente, meliantes para os tornar “invisíveis” aos olhos das vítimas de assalto, revelou, ontem, o portavoz do Comando Provincial da Polícia Nacional, superintendente Ernesto Tchiwale.

Fonte: Lusa

O oficial superior da Polícia Nacional disse que o suposto quimbandeiro realizava um ritual consubstanciado em banhos, através dos quais os meliantes e as armas de fogo, com os quais eles praticavam assaltos, se tornavam “invisíveis”.

Para o alegado tratamento surtir o efeito desejado, além do banho, o suposto quimbandeiro cortejava os corpos de supostos marginais e, de seguida, colocava medicamentos.

Fazendo fé nisso, os marginais praticavam diversos assaltos, com destaque para os ocorridos no interior de residências das vítimas.

De acordo com Ernesto Tchiwale, o tratamento também visava impedir a identificação deles, depois de cometerem o crime.

“Para que não fossem vistos pelas vítimas. Também treinava-os sobre o manejo das armas.

Ele diz ter adquirido esta habilidade de manejo de armas por intermédio do seu pai, ex-militar das FALA [Forças Armadas de Libertação de Angola]”, realçou.

O porta-voz do Comando da Polícia em Benguela conta que, depois de realizarem as acções criminosas, os meliantes tinham de, obrigatoriamente, levar todos os bens furtados e/ou roubados à residência do quimbandeiro, a quem caberia seleccionar os bens que ficavam para ele, como forma de compensá-lo.

“Ele é quem sab(ia)e o que tem que ficar na sua esfera, pelo facto de ser o ‘médico’.

A exemplo disso, ficou com uma motorizada roubada por volta das 5horas, do dia 29 de Junho do corrente ano, numa das ruas do bairro 4 de Abril”, detalhou.

Para a Polícia, este procedimento é indício bastante de que os supostos marginais eram direccionados pelo senhor, ou seja, só roubavam em áreas onde fossem orientados por ele.

Naqueles casos em que os meliantes tenham subtraído uma arma de fogo a alguém, esses tinham de, nos termos do tratamento, pernoitar em casa do quimbandeiro pelo menos seis dias úteis, de acordo com dados da Polícia.

Entretanto, durante esse tempo, a arma ficava sob os cuidados dele e, seis dias depois, este devolve-a aos marginais, estando, assim, apropriada para o cometimento de crime sem deixar rasto.

Por outro lado, o superintendente Ernesto Tchiwale disse que em cumprimento do processo investigativo relacionado-crime, sob o n⁰2671/PGR/LB/2023, se procedeu à detenção, na via pública, do cidadão Agnese Correia Martins Prata, de 22 anos, solteiro, sem ocupação, por estar implicado num crime de roubo qualificado.