Luanda - Os jornalistas e demais funcionários da Rádio 2000, na cidade do Lubango, província da Huíla, estão há mais de 17 meses, ou seja, há uma ano e cinco meses, sem receber os seus ordenados, situação que para os trabalhadores “é insustentável”.

Fonte: Club-K.net

A Rádio 2000 é propriedade da empresa GEFI, afecta ao partido no poder e foi fundada a 17 de Setembro de 1992, após a abertura do país ao multipartidarismo.

 

Entretanto, nos últimos anos, a estação emissora em causa, enfrenta graves problemas que a colocam à beira de declarar falência.

 

Dentre vários problemas, a Rádio pertencente ao MPLA, não paga salários há mais de 17 meses, aos funcionários, que não encontram outro meio para o sustento das suas famílias.

 

O assunto esteve em análise na rubrica “A Voz do Cidadão” da Rádio Despertar, nesta quinta-feira, 14, onde os ouvintes reflectiram sobre a situação difícil dos jornalistas e pessoal administrativo de uma das rádios propriedade dos “camaradas”, tendo como consequência o abandono da emissora cinco dos 35 trabalhadores.

 

O auditório despertar foi chamado a reflectir em algumas questões tais como: “Está o MPLA comprometido, realmente, em resolver os problemas do povo, quando permite que funcionários da sua Rádio fiquem um ano e cinco meses sem salários?”.

 

“O número de trabalhadores que abandonaram a Rádio 2000, por falta de salários, vai juntar-se aos angolanos desempregados. A situação não contraria as promessas do MPLA de criar mais postos de emprego e reduzir o desemprego?”.

 

E, por fim, “por que o MPLA, dono da rádio, o governo provincial da Huíla e o Ministério das telecomunicações e comunicação social mantém-se em silêncio diante da crise da Rádio 2000?”.

 

A generalidade dos ouvintes disse que o regime no poder criou vários órgãos de comunicação social com o objectivo de intoxicar a mente dos angolanos e branquear a sua imagem diante da comunidade internacional. “Só que estes órgãos viviam com o orçamento vindo de esquemas fraudulentos e hoje este esquema está em que livre”, salientou um dos interlocutores.

 

Os funcionários afirmam que da parte da entidade empregadora, a lista de promessas é longa, mas até aqui os salários não são pagos.

 

Consta que o mar das preocupações da Rádio 2000, se estende para os trabalhadores já em idade de reforma, que não podem sair tudo porque o empregador não depositava, no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), os descontos para a Segurança Social.

 

Os trabalhadores lamentam que as suas famílias estão a enfrentar imensos problemas, pois os filhos são ameaçados de perder o ano lectivo, pois, os pais estão há um ano e cinco meses sem receber os ordenados.