Lisboa -  Tem fama de “dura” – um predicado a que parece dever-se a tarefa que entrou a seu crédito de ter conseguido “ pôr ordem” no antes “vicioso” Consulado-Geral de Angola, em Lisboa. De acordo com o boletim Africa Monitor em Portugal, arranjou inimizades, incluindo com o vice-cônsul, André Morgado – um pacato diplomata, antes colocado no Rio de Janeiro, também como vice-cônsul, e de cujo currículo fazem parte referências como o de ter sido DG Adj da FESA-Fundação Eduardo dos Santos, ao tempo do consulado de Ismael Diogo.


Fonte: Africa Monitor


Ela própria, tratada na intimidade por Chila, dispõe, porém, de influências internas cuja combinação com a competência profissional que lhe é reconhecida, lhe permitem “gerir” sequelas da sua dureza. É cunhada de Luís de Almeida e também o foi de Joana Lina, embora desta se tenha afastado.


Consta que o próprio PR, José Eduardo dos Santos, a tem em boa conta, uma particularidade devida ao facto de a conhecer pessoalmente e avaliar positivamente o seu trabalho (já trabalhava no MRE quando o actual PR foi nomeado titular do mesmo); a isso acrescem factos como o de ser amiga de figuras do círculo presidencial, entre as quais Brito Sozinho, embaixador em Bissau.


Já esteve colocada em Lisboa em finais de década de 1980, então como primeira-secretária da Embaixada, ao tempo em que à frente da mesma esteve colocado Mawete João Batista - como o qual se deu mal, a ponto de ele ter pedido a sua retirada. Depois de uma “errância” pelo MRE, em Luanda, foi colocada em Paris e, a seguir em Pretória, desta feita como ministra conselheira.


Em princípio já deveria ter sido colocada como embaixadora – cargo a que já foram guindados contemporâneos seus dos “verdes anos” do MRE, como Miguel Neto ou o citado Brito Sozinho. Diz-se que só ainda não o foi por que a sua maneira de ser “quente”, como dizem nos corredores do MRE, e o culto da legalidade que pratica, a tornam incómoda e temida face a realidades marcantes do país.

AM/Xavier de Figueiredo