Luanda - A defesa dos activistas, que cumprem cadeia por ofensas a João Lourenço, chefe de Estado angolano, acusa o Serviço de Prisional de impedir, há mais de cinco dias, a entrega de comida aos jovens. A instituição desmente as informações e responsabiliza os familiares pela falta de colaboração na entrega dos mantimentos.

Fonte: RFI

O advogado Zola Mbambi está preocupado com a situação carcerária dos quatros jovens, condenados a dois anos e cinco meses prisão efectiva, por estarem sem comer desde que foram detidos, durante uma manifestação sobre a proibição de motociclos nalgumas avenidas de Luanda.

 

De acordo com o causídico, a defesa já se desdobrou em diligências para saber das razões que estariam na base desta proibição, mas, até agora, não obtive nenhuma reposta do serviço prisional angolano.

 

Desde o dia 16 que foram detidos, esses activistas até à data presente não tiveram a oportunidade de ingerirem algum alimento, mesmo no dia da audiência, nada se fez e até agora não chegou a eles alimento, muito menos, também se criou condições para que lhes cheguem com segurança, lamentou Zola Mbambi.

 

Em resposta, Menezes Cassoma, porta-voz do Serviço Prisional, diz não ser verdade acusações do advogado, alegando que são os familiares dos jovens que se recusam a depositar a comida no guiché da instituição, para posterior distribuição, uma vez que é proibida a entrega direita de comida aos reclusos.

 

O que se passa é que os parentes queriam entregar de forma direita e as normas rezam que nós temos um guiché, onde é depositada a alimentação com as coordenadas do recluso e local onde ele está internado. Não há proibição na entrega de alimentação, há sim, autorização da entrega de alimentação, esclareceu o oficial superior do Serviço Prisional angolano.

 

O porta-voz Menezes Cassoma entende que é falta de colaboração dos familiares dos activistas com os agentes em serviço no estabelecimento prisional de Viana, que tentam ignorar as normas existentes em todas as cadeias do país.