Lisboa – A embaixada dos EUA, em Luanda, não convidou, no passado dia 29 de setembro, o Juiz Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, para participar na conferência realizada no Auditório do Arquivo Nacional de Angola, cujo orador principal foi o Secretário de Defesa, Lloyd Austin.

Fonte: Club-k.net

No seu longo discurso de apresentação do tema “uma parceria de princípios e de progresso”, o Secretário de Defesa, Lloyd Austin, destacou as entidades angolanas como "Ministros de Estado, Ministros, Juízes, Embaixadores, ilustres convidados - obrigado por estarem aqui hoje."


De todos, o Juiz Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, foi o único representante de um órgão soberano que não esteve presente. Apenas estiveram como convidados auxiliares do Titular do Poder Executivo (TPE), a Presidente do Constitucional, Laurinda Cardoso, a Presidente da Assembleia Nacional Carolina Cerqueira e líderes dos principais partidos na oposição, além de deputados do MPLA (2) e da UNITA (6), do PRS/FNLA (1) e Lucas Ngonda.


Inicialmente, a ausência de Joel Leonardo estava a ser atribuída a relatos baseados no antecedente de que ele deixou de aceitar convites para cerimônias ou atividades do Estado em que o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, não estivesse participando.


Uma segunda versão em torno do “não convite” é apoiada no conteúdo de um texto de opinião – ao qual o Club-K teve acesso - que critica o presidente do Tribunal Supremo de Angola, Joel Leonardo, pelos alegados atos de corrupção e falta de credibilidade. O texto sugere que Leonardo não foi convidado para a conferência americana e que isso foi uma forma de desprezar o juiz, que se constituiu numa figura tóxica para os círculos internacionais ocidentais.


O texto faz referência ao envolvimento do Juiz Joel Leonardo em vários processos de peculato, desvio orçamental, enriquecimento sem causa justa e transferência de milhões de kwanzas para a empresa MAIVA de sua esposa e filhos. Acusam-no de prejudicar o desenvolvimento sustentável de Angola, afastando os investidores estrangeiros que temem a instabilidade e a insegurança jurídica no país.


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