Luanda - O Titular do Poder Executivo (TPE) e Presidente da República (PR) entendeu (por sua conta e risco de todos nós) escancarar as portas do território angolano, ao determinar, recentemente, por Decreto, que cidadãos de 98 países (com destaque para Portugal, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Rússia e China) possam entrar em Angola sem visto de turismo para estadias anuais inferiores a 90 dias por ano, como se o nosso País fosse um bazar a céu aberto ou a casa da “mãe Joana”.

Fonte: Club-k.net

A medida do TPE e PR não acautela o princípio da reciprocidade e, quanto a mim, acarreta iminentes perigos para a Segurança Nacional de Angola.


Cidadãos de países para quem se decidiu abrir às portas do nosso País esfregam as mãos de contentamento. O mesmo não se pode dizer dos angolanos que continuarão a suar às estopinhas com o propósito de conseguirem um visto para Lisboa, Brasília, Praia, Washington, Moscovo ou Beijing. O aludido Decreto Presidencial facilita a vida a estrangeiros e em nada beneficia aos angolanos.

Só um Executivo fraco e vesgo - como é o caso do angolano - não defende os interesses dos cidadãos do seu País. Não o faz por inaptidão, excessiva xenofilia e, quiçá, falta de patriotismo.

A medida ora tomada humilha e pisoteia a soberania de Angola. Um dia - não muito distante - esta tresloucada decisão causará sérios “amargos de boca” políticos no domínio da Segurança Nacional.

Se o que animou o TPE e PR foi a ideia de fomentar o sector do Turismo, então (permitam-me dizer com franqueza) está a colocar-se a carroça à frente dos bois, desde logo porque seria imperioso, primeiro, criarem-se premissas como a criação de infra-estruturas básicas como hotéis, transportes e comunicações em condições. Requisitos que, convenhamos, em bom rigor, o País ainda não reúne.

Daqui para frente, “salteadores, salta-marés e aventureiros” de toda espécie, vindos de 98 países do mundo, passarão a desembarcar no aeroporto internacional “4 de Fevereiro” , em Luanda, de mala e cuia em busca da “árvore das patacas”. Terão, agora, a soberana oportunidade de vir ao corpo inerte, em que Angola se transformou, para fazerem das “suas”.

A decisão tomada pelo TPE e PR é, quanto a mim, politicamente desavisada, estrategicamente (muito) errada e inoportuna.