Luanda - Um áudio (sobre episódios de corrupção no futebol angolano) vazado nas redes sociais, cuja autoria é desconhecida, foi periciado pela Criminalista Central e a Federação angolana de Futebol (FAF) confirmou sua veracidade. O áudio citou o Clube Wiliete, de Benguela mas o mesmo clube não foi arrolado no processo em causa, o que levanta suspeitas sobre o interesse da FAF por parte do seu Conselho de Disciplina.

Fonte: Club-k.net

Varias fontes sugerem que o áudio teria sido produzido em Benguela, com a anuência do vice-presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), José Carlos, com o objetivo de influenciar resultados de jogos e prejudicar clubes que não seguem a linha da atual administração da FAF, liderada por Artur Almeida.


José Carlos esteve em Benguela na semana que decorreu o campeonato Nacional de sub 20 em futebol. O mesmo segundo se alega teria feito comentários enigmáticos antes de um jogo, sugerindo uma "bomba" para o dia 1 de setembro, o que se concretizou no vazamento do áudio comprometedor. Isso levanta questões sobre seu envolvimento no escândalo.

Além disso, o Wiliete Sport Club de Benguela, mencionado no áudio, não foi incluído nas investigações, apesar das alegações de que estaria envolvido em manipulação de resultados. Suspeita-se que o presidente do Wiliete, Wilson Faria, apelidado de "Patrão da FAF" devido à ligação de seu irmão, José Faria, ao Conselho de Disciplina da FAF, tenha investido dinheiro para influenciar resultados em benefício do seu clube.

De acordo com uma fonte “no Jogo Académica do Lobito / Wiliete de Benguela, Wilson Faria, Presidente do Wiliete, e Irmão de José Faria, o Vice Presidente do Conselho de Disciplina da FAF, terá investido o valor de 6 milhões de Kuanzas na compra do jogo e ter pago mais um adicional de 1 milhão de Cuanza ao atleta Kaporal, para que este não se fizesse presente no aludido jogo. Este investimento tinha como propósito a obtenção do terceiro lugar que lhe daria acesso as competições Africanas, numa luta acérrima com o Sagrada Esperança da Lunda Norte”.

Com isso, o Sagrada Esperança da Lunda Norte também teria sido alvo de interferência para prejudicar seu desempenho em um jogo contra a Escolinha Isaac de Benguela.

De acordo com um memorando independente, o Grupo Desportivo Isaac teria sido orientado pela Direção de Wiliete para ganhar o Sagrada Esperança em troca de 3 milhões de Kuanzas. No entanto, o Sagrada Esperança venceu a partida, deitando abaixo as aspirações de Wiliete de se qualificar para as Afro taças. O memorando também menciona um caso anterior envolvendo o jogador Vingumba e o Patrão do Wiliete, Wilson Faria, que supostamente solicitou ao jogador para se encontrar com ele no Lubango. O jogador foi suspenso de todas as provas em que o conselho de Disciplina da FAF alegou má inscrição do atleta, mas nos regulamentos da própria FAF, não existe má inscrição, mas sim má qualificação.

Questiona ainda como o áudio que visa o Petro de Luanda, Académica do Lobito, Kabuscop do Palanca, 1º de Agosto e alguns dirigentes e jogadores pode constituir matéria de prova. Além disso, questiona também por que o Conselho de Disciplina não remeteu para a Criminalística Central o áudio do caso Vingumba para autenticidade do mesmo.

É também mencionado o nome de um jornalista visado no comunicado número 31 da FAF e a alegada apetência do Conselho de Disciplina em sancioná-lo sem obedecer ao princípio da presunção da inocência.

Segundo uma fonte, o jornalista esteve presente na segunda convocatória, mas o encontro não se efetivou por ausência injustificada do Vice Presidente do Conselho de Disciplina da FAF, José Faria. O jornalista justificou a sua não ida em Luanda na primeira convocatória enviando um email para a FAF, mas nunca obteve resposta. A fonte afirma que José Carlos e Wilson Faria têm estado a engendrar toda essa celeuma na sede do Wiliete Sport Clube em Benguela, com o objetivo de manchar o bom nome dos clubes visados por estes não estarem alinhados com a filosofia de trabalho da Direção da FAF liderada por Artur Almeida e Silva, que vai concorrer para um segundo mandato.