Luanda - Agastado com o actual estado de abandono a que está sujeita a estufa, um grupo de estudantes universitários, procurou o antigo gestor, tendo implorado, para que volte a pegar nela, para a devida restauração, para que se devolva ao local, o seu antigo brilho de cartão postal da cidade.

Fonte: Club-K.net

Independentemente de ser zona de lazer, jardim botânico e ponto turístico, o local é considerado como maior ponto de concentração de estudantes, que buscam aquele jardim para revisar matérias, devido à calma e a sombra que se vislumbra no espaço.

 

A circulação nas redes sociais nas últimas semanas, de imagens que mostram o avançado estado de degradação e queimadas do jardim, motivou os jovens para que tomassem a iniciativa de localizar o antigo gestor para convencê-lo a dedicar-se mais uma vez ao espaço, para questões de protecção do local contra a vandalização, furto de plantas e para que deixe de ser abrigo seguro de marginais.

 

Durante o encontro, os jovens prometeram criar uma conta onde os interessados fariam depósitos para contribuir para as despesas de restauração, repovoação de plantas e animais, caso o empresário não se disponha de condições financeiras para avançar.

 

“A estufa faz-nos falta, é um bom sítio para estudar e namorar, podemos sim fazer vaquinha e entregar o dinheiro ao professor Tó, para que volte a meter a estufa no ponto em que ele a tinha colocado. Não podemos esperar tudo de governantes que não se importam porque os seus filhos desfrutam de jardins na Europa onde vivem”, disse o estudante do ISCED do Huambo, Ângela.

 

“Se o engenheiro com o capital próprio fez aquelas obras para o bem de todos, imaginem se tiver contribuição da população?”, questionou Paulina aluna do Sol Nascente, acrescentando que “teremos em pouco tempo, a estufa a brilhar se for mesmo necessário, aceito contribuir para a estufa volte a ficar bonita como antes”.

 

Jacinto Kanequetela, estudante e professor, lembrou que “assisti o engenheiro Tomás quando começou as obras. Vi a reparação da lagoa e dessas casas. A estufa era mato com um rasto de destruição provocada pela guerra, pois eleitoral, depois de mudar de visual graças às obras realizadas por ele, os dirigentes de tanta ambição, retiraram-lhe a gestão com promessa de fazerem a devolução do valor investido na reabilitação disso mas até aqui, o governo nem um dez kwanzas devolveu”.

 

A população entende que os governantes da Província do Huambo, deviam deixar a mentalidade de “empata vidas, os cargos são passageiros, mas o legado fica. Deviam ganhar o hábito de Luanda, Benguela e Lubango, onde os empresários são livres e ajudam a desenvolver as comunidades e dão empregos”.

 

O jurista Menezes lembra que “no tempo do engenheiro, a estufa tinha mais de cem trabalhadores e hoje devem estar todos desempregados”. Já um dos cidadãos que proferiu anonimato disse que a destruição da estufa e de outro património da cidade, “é tudo propositado, pois eles não gostam da nossa cidade, têm inveja, tenho as minhas dúvidas que eles sejam mesmo do Huambo”, salientou.

 

Segundo uma fonte familiar muito próxima ao empresário, não existe falta de dinheiro para investir na estufa, o entrave, são alguns governantes localmente.

 

De acordo as fontes do Club-K, no Governo Provincial do Huambo, o contrato com a antiga empresa gestora, foi interrompido dentro dos prazos e seria rescindido depois do ressarcimento, o que não aconteceu.

 

Passado tempo, os governantes foram efectuando sobreposição de documentos, estabelecendo contratos fraudulentos com outras empresas em nomes de testas de ferro, sem honrar o compromisso do ressarcimento.

 

De salientar que, o contrato com a empresa actual que deixou a estufa em estado de abandono, foi assinado em 2020.