Luanda - A UNITA juntou no processo de destituição do Presidente da República um relatório contendo o nome e dados de 55 cidadãos que foram executados desde que João Lourenço assumiu o poder em Angola, sem que as autoridades oferecessem justiça ou investigação sobre o assunto. Dados de várias ONG, nunca contestados pelo governo, apontam que o número de executados na vigência do regime de Lourenço terá chegado a 200 pessoas em diversas partes do país.

Fonte: Club-k.net

Este relatório documenta actos de violência extrema que ocorreram na Vila de Cafunfo, no dia 30 de janeiro de 2021, protagonizados pelas Forças de Defesa e Segurança do Estado angolano durante a repressão de uma manifestação pacífica organizada pelo Movimento do Protectorado Sociológico Lunda-Tchokwe. A manifestação havia sido comunicada à Administração Municipal do Cuango com antecedência.

Mais de 55 cidadãos foram assassinados pelas forças de segurança durante esses eventos. O relatório identifica 23 vítimas com base em informações obtidas junto de seus familiares. Entre essas vítimas estão:

Julinho Lazaro
Júlio Elias
Mingo Muatxite
Mukwenda Tomas Luwampishi
Mutunda Catxambi
Adilson Francisco Dala
Alfredo Kavunga
Borges Carlos Muawanda
Dinis Simba
Emanuel Zango José Zeca
Juca Avelino Muacumbi
Suwete Marcos
Joel Ngunza
António Avelino
Eugénio Zango Magalhães
Adriano Romano
Anibal Rocha
Fernando Mayele
Adriano Tchidiongo
Silva Kayita
Gomes Yamwokela
Zeca Muandjaji
João Muamofia

Além dessas vítimas, o relatório menciona outras vítimas de assassinatos em diferentes contextos e regiões de Angola, incluindo a Província do Huambo, antes, durante e depois das manifestações. As vítimas incluem jovens, moto-taxistas, manifestantes, garimpeiros e outros cidadãos, cujas mortes estão ligadas a ações das forças de defesa e segurança.

O relatório documenta casos de raptos, espancamentos e homicídios perpetrados por agentes das forças de segurança, muitos dos quais permanecem impunes. As informações foram obtidas junto de familiares das vítimas, destacando a necessidade de investigação e responsabilização por esses atos de violência.

O relatório foi divulgado em 11 de setembro de 2023, detalhando os eventos ocorridos em Cafunfo em janeiro de 2021 e outros incidentes em diversas regiões de Angola.

No relatório enviado ao parlamento, a UNITA afirma que afirma que, após a tomada de posse do Presidente da República, não foram tomadas providências para apurar a verdade material e imputar responsabilidades, o que viola o dever de garantir a Constituição e a legalidade.