LUANDA — O Governo angolano anunciou recentemente a isenção de vistos para turismo para cidadãos de 98 países, incluindo os da CPLP, com a exceção da Guiné-Bissau.

Fonte: VOA

A medida, segundo as autoridades governamentais, visa promover o turismo, facilitar a entrada de estrangeiros turistas e potenciais investidores e, de igual modo, aumentar as oportunidades de emprego para cidadãos nacionais que actuam no ramo de hotelaria e turismo, assim como nas áreas relacionadas.

 

A medida representa um avanço significativo no que respeita à intenção de tornar o país num destino de eleição com a possibilidade de promover a cultura e o património nacional, assim como, conhecer as riquezas naturais e culturais de Angola.

Jessé Manuel, empresário que atua há largos anos no setor do turismo, entende ser “altura de o Governo elaborar um plano com todos os setores que intervêm na área do turismo para fazer face à demanda no futuro”.

 

Mais medidas de política

 

"Deu-se um passo isolado. Se não há conjugação de esforço entre os vários setores e atores que atuam no sector do turismo, as ações isoladas não poderão corresponder à demanda, tanto em termos de infraestrturas como de meios humanos e materiais", considera Maniel para quem este passo não representa um avança significativo.

 

A isenção de vistos de turismo para entrada em Angola é um mecanismo político que joga a favor da economia nacional e visa arrecadar receitas e inserir os cidadãos no segmento económico dada ao facto do sector estimular a inserção empresarial.

 

A todos poderá beneficiar caso se comece a trabalhar para tonar o país num mercado de turismo de grande relevo para o contexto mundial, afirma Eugénio Clemente, empresário de turismo.

 

"O impacto social é o fato de que por via do setor de turismo poderemos encontrar mecanismo de melhor escoamento da produção nacional, de maior pressão para absorção da força de trabalho qualificada. O Estado não pode abdicar da sua responsabilidade de formar bons oficiais e agentes de turismo para darem resposta com qualidade às necessidades deste mercado", alerta Clemente.

Os desafios que o turismo impoem

O fim último desta medida que alivia o estresse de entrada em Angola para efeito de realização de turismo é reforçar os mecanismos que contribuem para diversificação da economia, aponta Sadoc Alfredo, presidente da Associação Vida Angola.

 

“O turismo faz parte dos produtos que concorrem para transformação da economia, numa economia mais robusta”, refera Alfredo, quem aponta também como vantagem de impacto social para Angola o crescimento económico, o aumento da renda nacional resultante de uma maior procura dos diversos serviços locais.

 

"Haverá muita contribuição, mas tudo vai depender do investimento do Estado nas localidades turísticas", avisa.

 

Angola possui consideráveis potencialidades turísticas com praias, rios, florestas um acervo histórico-cultural bastante rico.

 

Por outro lado, o presidente da Associação dos Guias Turísticos de Angola defende que o turismo cultural deve ser a alavanca do país.

 

Carlos Bumba apela à conservação, preservação, proteção e fiscalização do património natural e cultural de Angola.

 

"Não podemos permitir que se construa e se desvirtue a imagem do património nacional. Tem que haver rigor e fiscalização nisto”, reforça Bumba, apelando a uma “sensibilização, a educação e a formação da população para que estes sejam os agentes turísticos locais, é um dos maiores desafios actuais".

 

Entretanto, especialistas lembram que a isenção de vistos tem alguns desafios para o país.

 

O Governo angolano deve garantir que o país esteja seguro e preparado para receber um número maior de visitantes, o que pressupõe a melhoria das infraestruturas turísticas, como aeroportos, hotéis e restaurantes e a redução do índice de criminalidade.