Luanda - Mário Domingos Durão, líder de uma associação que promove passeatas em apoio ao MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e ao seu líder, recorreu às redes sociais nos últimos dias, em particular ao Instagram, para se queixar de alegadas perseguições relacionadas aos seus rendimentos.

Fonte: Club-k.net

Apresentando-se como filho de camponês e natural de Luanda, Mário Durão, na adolescência, trabalhou como ajudante de padeiro. Em uma reportagem veiculada alguns anos atrás pela TV Zimbo, ele admitiu ter ingressado no mundo do tráfico de drogas no seu antigo bairro Marçal como meio de sobrevivência. Anos depois, a sua entrada nas estruturas do MPLA foi atribuída a Tchize dos Santos, embora outras versões sugiram que o ex-secretário provincial do partido, Bento Bento, tenha identificado em Durão capacidade de mobilização e o tenha levado para o partido.


Em meados de 2017, o nome de Mário Durão foi mencionado em uma lista de militantes do MPLA que teriam se beneficiado de empréstimos bancários e deveriam regularizar a sua situação de devedores. Alega-se que ele utilizou os fundos para construir uma pensão e um restaurante no bairro Maculusso, em Luanda.


Nas últimas semanas, surgiram vídeos questionando a origem de seus fundos. Em resposta, por meio de vários vídeos, o ativista e empreendedor se queixou de perseguição e inveja, justificando as suas atividades diárias, como comprar peixe no mercado para sua pousada, enquanto os seus adversários ainda estão desacordados.


As alegações de envolvimento em tráfico de drogas têm suscitado debates e especulações nas redes sociais. Defensores de Mário Durão enfatizam a sua história de trabalho árduo e respeito à lei, condenando a alegada perseguição "injusta".


Num artigo intitulado "Perseguição sem tréguas a Mário Durão," o autor Kiesse Sergio alega que "essas insinuações têm sido amplamente criticadas por aqueles que conhecem a trajetória do emprendedor e afirmam que seu sucesso é fruto de investimentos feitos com recursos provenientes de um empréstimo bancário, que ele vem pagando rigorosamente."

 

O autor argumenta que Mário Durão nunca teve problemas com a lei e continua a pagar o empréstimo bancário que contraiu junto ao BPA (Banco de Poupança e Crédito), destacando que "as pessoas que o conhecem, de fato, sabem disso! Aliás, como ele, existem outros jovens que conseguiram dar suporte aos seus negócios com base em empréstimos bancários concedidos pelo BPC, na época em que eram disponibilizados aos clientes. Isso é amplamente conhecido e não é segredo."

 


Em janeiro, o jornalista Graça Campos do "Correio Angolense" reportou que Mário Durão está a tomar medidas para impulsionar a Associação Jovens Unidos e Solidários, lançando uma operação intitulada "João Lourenço Hoje, Amanhã e Sempre." Essa iniciativa foi tida como parte de uma campanha que busca uma alteração constitucional para estender o actual mandato do Presidente de Angola, João Lourenço.

 

A Associação Jovens Unidos e Solidários é vista como um braço de apoio a João Lourenço e é comparada ao Movimento Espontâneo, que apoiava o antecessor de João Lourenço, José Eduardo dos Santos. Antes das eleições do ano passado, Mário Durão e outros membros da associação distribuíram alimentos em áreas carentes, principalmente sal e óleo alimentar, com o apoio logístico da Casa Militar e de Segurança do Presidente da República, conforme reportou o "Correio Angolense".