Luanda - O Grupo Nabeiro compra anualmente 1.400 toneladas de café em Angola, apoiando 40.000 famílias produtoras neste país lusófono, e promete revitalizar a fileira do café robusta angolano honrando o compromisso do comendador Rui Nabeiro, anunciou hoje a empresa.

Fonte: Lusa

De acordo com o presidente da comissão executiva do Grupo Nabeiro, Rui Miguel Nabeiro, que falava hoje, na sede da empresa em Luanda, nas celebrações dos 25 anos da Angonabeiro, a data representa o reforço do compromisso do Grupo Nabeiro com Angola.

 

"Esta celebração representa sobretudo o reforço do compromisso do Grupo Nabeiro com Angola, um mercado estratégico e importantíssimo para o crescimento e sustentabilidade do grupo, que tem como grande ambição chegar ao top 10 das marcas de café do mundo", disse.

 

Rui Miguel Nabeiro aludiu às palavras do comendador Rui Nabeiro, seu avô, dizendo "Angola é a razão da nossa existência", para referir que os 25 anos da Angonabeiro, empresa do Grupo Nabeiro Delta Cafés, traduz-se na afirmação da relação da empresa com Angola.

 

"Na verdade, num grupo com mais de 60 anos, Angola foi e será sempre um pilar importantíssimo para a Delta", frisou.

 

A Angonabeiro, empresa líder no mercado de cafés torrados em Angola, opera no país desde 1998 e as celebrações do seu 25º aniversário aconteceram hoje.

Membros da administração da empresa, autoridades governamentais, sócios, amigos e outros convidados fizeram uma visita guiada à empresa e posteriormente assistiram ao descerramento de uma placa em homenagem ao comendador Rui Nabeiro, que morreu em março deste ano.

"Se todos quiséssemos o mundo seria maravilhoso. O mundo seria extraordinário", é a mensagem de Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro -- Delta Cafés, gravada na placa em sua homenagem, acompanhada por uma fotografia.

Sobre a relação do Grupo Nabeiro com Angola, Rui Miguel Nabeiro sinalizou que o país é hoje "um dos principais mercados" da empresa, é "outro pulmão", e que Luanda é a "segunda casa depois de Campo Maior, em Portugal, onde se encontra a outra unidade produtiva".

Entre os desafios da empresa, referiu a revitalização da fileira do café robusta de Angola e "garantir que conseguimos assegurar que os agricultores não abandonem as suas terras e continuam a produzir café".

"Para que tal seja possível é fundamental estar junto dos produtores de café, apoiá-los, ultrapassar constrangimentos logísticos, visitar zonas de produção de café, dar formação e apoio para que não desistam e que para todos os anos tenham mais produção", assinalou.

Nabeiro deu conta também que ao longo dos 25 anos a Angonabeiro chegou a mais de 40.000 famílias, as quais foram apoiadas e daí também compraram o seu café "a preço justo".

"Mais do que uma missão, este tem sido o nosso compromisso ao longo destes 25 anos. E os números mostram o caminho que estamos a fazer. Anualmente compramos em Angola 1.400 toneladas de café nacional, das quais exportamos 1.000 toneladas", apontou.

"Também na indústria posicionamo-nos como a maior torrefator nacional com valores próximos das 400 toneladas e com 'expertise' que é reconhecido por todos que atuam no setor e em especial pelos nossos clientes", argumentou.

E o presidente do conselho de administração do Grupo Nabeiro, João Manuel Nabeiro, manifestou "gratidão e entusiasmo" pelo percurso da Angonabeiro, garantindo que continuará "a escrever novos capítulos (...) honrando o compromisso do comendador Rui Nabeiro com o café angolano" para que o setor se aproxime "do lugar que já ocupou".

Francisco Duarte, embaixador de Portugal em Angola, interveio para dizer que a Angonabeiro faz jus à visão do seu fundador, no apoio a mais de 40 mil famílias de camponeses que têm na produção e comercialização do café a sua principal fonte de rendimento.

"Estou certo de que o comendador Rui Nabeiro estaria orgulhoso desta empresa, que é uma inspiração para as relações empresariais entre Angola e Portugal. Estou convicto de que as nossas empresas, portuguesas e angolanas, juntas darão um contributo decisivo para vencer o desafio da diversificação económica de Angola", realçou o diplomata português.

A Angonabeiro conta atualmente com cerca de 120 trabalhadores e 95% da força desta força de trabalho são quadros angolanos.