Luanda - Mais de 500 funcionários da Nova Cimangola denunciam sucessivos atropelos à Lei Geral do Trabalho (LGT) por parte da entidade patronal, que mantém privilégios exorbitantes aos funcionários expatriados em detrimento dos nacionais, mesmo tendo as mesmas valências.

Fonte: Club-K.net

Numa carta assinada por mais de 500 funcionários da Nova Cimangola, que o Club-K teve acesso, os funcionários demonstram estarem agastados com o que entendem ser uma série de sucessivos atropelos aos direitos dos trabalhadores, bem como a consequente exposição de trabalhadores angolanos, que se encontra em condições de extrema humilhação.

A carta revela igualmente uma disparidade salarial entre funcionários que desempenham as mesmas funções e que muitas vezes, os expatriados ganham mérito do que foram os funcionários angolanos a fazer.

Na missiva, os trabalhadores espelham o facto de estarem a ser injustiçados apesar de desempenharem as mesmas funções que os cidadãos expatriados estando porém, até 50 vezes mais acima, em termos salariais do que o salário mais alto de angolanos em quase todos os sectores.

Segundo os funcionários, os expatriados ganham milhões de kwanzas quando o salário corrente dos angolanos na Nova Cimangola está fixado entre os 200 e 400 mil kwanzas.

Para se ter uma ideia, o Club-K teve acesso a planilha de salários praticados naquela empresa pública que demonstra que os expatriados além do salário mínimo de 5 milhões de kwanzas, para um expatriado que ocupa cargo administrativo simples tendo ainda o direito ao equivalente a 200 mil kwanzas semanal para gastos pessoais.

A administração da cimenteira Nova Cimangola, é composta actualmente por 13 directores, dentre os quais, apenas dois são cidadãos de nacionalidade angolana que segundo informações estes dois últimos não têm qualquer expressão ou força de intervenção a favor dos cidadãos nacionais.

Segundo documentos em posse deste portal, o salário médio dos referidos directores está fixado entre os 25 e os 45 milhões de kwanzas, com subsídios semanais que vão até aos 2 milhões de kwanzas.

O Club-K tentou mais uma vez o contacto com a direcção da Nova Cimangola, mas sem sucesso.