Luanda - O Presidente do Conselho Provincial de Luanda da Ordem dos Enfermeiros de Angola (COPENFL), Adão Baptista Cassoma Chingunji está a ser acusado de má gestão, que segundo fontes do Club-K, já resultou no “desvio” de mais de 45 milhões de kwanzas.

Fonte: Club-K.net

Dados em posse deste portal dão conta de que o órgão representante da Ordem dos Enfermeiros de Angola (COPENFL) na capital do país, tem sido vítima, nos últimos anos, de má gestão e desvios de fundos através de esquemas montados pelo próprio presidente do Conselho Provincial de Luanda, Adão Baptista Cassoma Chingunji, que terá inclusive lançado um livro "comunicação em saúde” comercializado em Luanda e Benguela, que foi alegadamente produzido com dinheiro do COPENFL, chegou também a usar do mesmo dinheiro dos cofres da empresa para suportar as despesas das actividades da comercialização dos mesmos.

É apontado igualmente ter usado o dinheiro da Ordem dos Enfermeiros de Angola para suportar as despesas do seu doutoramento no Brasil e que, para evitar questionamentos, Adão Baptista terá também pago o doutoramento do seu vice-presidente, Nelito Barros na mesma Universidade de Piauí, com quem tem tido vários desentendimentos por conta de manipulações e desvios de fundos sem justificação.

Recentemente, o responsável adquiriu duas viaturas, uma de marca Fortuner avaliada em mais de 25 milhões de kwanzas e outra Jetour no valor de 13 milhões de kwanzas, que entregou à sua esposa, compradas sem ter consultado e justificado ao Conselho de Administração.

Diante da falta de transparência na gestão de fundos “públicos”, Nelito Barros decidiu pelo seu afastamento da instituição tendo este o coagido a ficar apesar das constantes discussões entre os dois por conta dos laços familiares entre os dois, no caso, tio e sobrinho.

Segundo informações de fontes próximas a esta instituição, em 2021, um dos funcionários tido como o braço direito do Presidente do Conselho Provincial dos Enfermeiros de Luanda (COPENFL), Tito Chitengo, terá desviado cerca de 45 milhões dos cofres da instituição parceira do estado em um esquema orientado pelo próprio presidente.

Tito Chitengo era o “ponta de lança” de Adão Chingunji, que ficava responsável por toda a operação e era encarregado de coordenar pessoalmente todos os procedimentos que envolviam movimentações financeiras do seu chefe, inclusive situações de natureza familiar.

O esquema passava por conceder os cartões multicaixa das contas oficiais da COPENFL mesmo não sendo ligado ao departamento de finanças coordenado até ao momento por uma funcionária identificada apenas por "irmã" e que este por sua vez teve acesso aos códigos dos cartões tendo-os activado em um aplicativo bancário (Express) e proceder a movimentações de pequenas quantidades a favor dos dois durante quase mais de 8 meses.

O esquema prevaleceu em benefício dos dois até que a certa altura, Tito Chitengo, orientado por Adão Chingunji procede a uma operação de somas em dinheiro na ordem dos 47 milhões de kwanzas para várias contas dentre as quais, a de uma ex-funcionária da empresa para onde foi transferida a parte de Adão por esta manter relações de intimidade com a mesma.

Fontes que acompanham o processo, afirmam que, para abafar o caso, Adão Chingunji orientou Tito a abandonar o local de trabalho em definitivo por risco de exposição tendo de seguida accionado a Polícia Nacional que terá recebido a denúncia segundo a qual, este teria lesado a instituição e que precisava ser encontrado e responsabilizado.

Tendo o assunto chegado a outros contornos, o chefe da COPENFL decide reunir-se de emergência com todos os funcionários onde os obrigou a se manter em silêncio sob pena de despedimento e aplicação de um processo crime a quem quebrasse o sigilo.

Tido como arrogante camuflado em um semblante calmo pelos próprios colegas de trabalho, Adão Baptista Chingunji terá pago uma quantia ao equivalente a 200 mil kwanzas aos agentes da Polícia Nacional para que capturassem a todo custo Tito Chitengo no âmbito de um acordo que não ligassem nada a si.

Após dias de tentativa de negociação, Tito foi encontrado na Vila de Viana em um restaurante de malas feitas em uma viatura de marca Suzuki recém-comprada prestes a partir para uma das províncias do interior do país.

Segundo informações, parte da exposição de Tito deu-se por conta da aquisição de telefones, roupas e uma festa de aniversário muito chamativa, que levou Adão a ter como oportunidade para atirar culpas ao seu braço direito.

Estando com a consciência pesada e pressionado por um alegado acordo entre os dois, Adão Chingunji por sentir-se no dever de tudo fazer para devolver a liberdade de Tito que já se encontra actualmente em liberdade desde o final de 2022.

Misteriosamente, com cerca de cinco seguranças de plantão em todos os dias, no início deste ano, o Conselho Provincial dos Enfermeiros de Luanda foi novamente assaltado tendo sido levados cerca de 8 computadores (com informações relevantes) e valores em dinheiro que se encontrava em uma das gavetas do departamento de finanças que foi arrombada a porta de entrada.

Este Portal tentou o contacto com Adão Chingunji, mas sem sucesso. Fontes do Serviço de Investigação Criminal (SIC) revelam que o processo está a ser investigado com denúncias relevantes feitas pelos próprios trabalhadores.