Luanda - É um facto que não deve morrer em letra morta ao assumir-se publicamente, em plena homilia, afirmando não haver pobreza em Angola, o Sr Cónego Graciano Apolónio.


Fonte: Club-k.net


Há vezes que interpretam o discurso desse sacerdote como fazendo parte da intenção de algum dia vir a ser cardeal! Sinceramente! A Igreja Católica devidamente estruturada, seria a responsável, vai admitir que um activista ao regime instalado no poder pela força das armas e pelo autoritarismo, ascenda a um cargo tão importante, quando nem sequer é Bispo?


De todo o caso a edição nº1006 do Folh8, na página 17, traz a luz do dia o devido esclarecimento de Dom Bilingui, Bispo do Lubango:


“…A isto quero aqui também afirmar igualmente de outra posição de um sacerdote que terá dito na sua homilia que não há sofrimento em Angola. Lamento o facto de isto ter sido dito em plena homilia, portanto gostaria que isto ficasse bem claro que “esta posição não faz parte da doutrina da Igreja Católica. Nós os católicos devemos falar a verdade e não o bem dito escândalo”.


“Repito, isto não é posição da Igreja Católica. Se a Igreja actuasse tal como se referiu o senhor Padre Apolónio, então a missão da Igreja teria terminado”.


“A injustiça social existe em todo o lado. Não é preciso vir ao Lubango ver estas demolições com as crianças a apanhar chuva. Lá mesmo em Luanda à pobreza, a injustiça social está visível a olho de todos”.


“Nós somos enviados aos pobres, para ler a homilia de Jesus na Sinagoga é isso que é e deve ficar claro”.


No mundo, os objectivos do milénio referem-se à redução da pobreza e Angola subscreveu o projecto de diminuição da pobreza. Agora, um sacerdote em plena homilia vir afirmar que em Angola não há pobreza, não há miséria, é triste. Acredito que tenha sido um lapso, não tenho mais comentários a fazer sobre isso.


Mas se nos seminários não há cábula, como é que o senhor Padre Apolónio não sebe que é enviado aos pobres?


Minha sugestão: regressar para as carteiras a fim de repetir a Teologia ou tirar as batinas e juntar-se ao partido no poder.