Luanda - "É uma grande injustiça o que o partido e Estado estão a fazer contra mim. O Presidente aprovou e beneficiou claramente alguns e prejudicou outros, empresarialmente, eu sou um dos prejudicados pelo presidente do partido e da República, João Lourenço. Há muitos anos, tenho estado a sofrer de retaliações do meu partido por ter estado a pressionar o MPLA, Governo, Executivo e Estado, a pagar as dívidas de 75 milhões de dólares contraídas nos anos de 2005, 2006 e 2007, até aqui sem uma luz verde" - Henrique Luís Miguel "Riquinho".

Por Elias Muhongo

O polêmico empresário, promotor de eventos e militante do MPLA, Henrique Luís Miguel “Riquinho” queixa-se de retaliações e volta a acusar esta quarta-feira, 24 de Outubro (2023) o seu partido MPLA há 48 anos no Poder e dispara contra o presidente da República de Angola, João Lourenço, e os seus dirigentes do executivo, acusando-os de injustiças, nepotismo, abuso de poder e arrogância existente no seio dos camaradas.

Segundo o empresário do ramo cultural "Riquinho", passados 21 anos desde a data em que Angola e os angolanos alcançaram a paz definitiva. Com o esforço e a determinação de todos e com a visão e condução estratégicas do Presidente, José Eduardo dos Santos, o Arquitecto da Paz, os angolanos fizeram do 4 de Abril o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, sim.

"Abraçamos um projecto que se chama Angola para o bem de todos, infelizmente, choramingo e lamento, por dar brilho ao nosso país e o facto de, já ter se passados mais de 15 anos, que o Estado angolano não quer resolver as dívidas de 75 milhões de dólares contraídas nos anos de 2005, 2006 e 2007, por eu ter tirado do meu bolso milhões de milhões de dólares, para levar boas imagens no exterior do país e no mundo.

Eu sou um empresário com mais de 50 anos de militância no MPLA, um dos empresários mais antigos de Angola, com 45 anos de trabalho, 40 anos no mundo do entretenimento, proporcionando eventos, shows e apoiando os melhores e maiores artistas angolanos, africanos e internacionais, mais do que todas as outras empresas juntas e até mesmo o Estado desde a independência. A minha empresa de eventos é a maior de África e está entre as três maiores do mundo. Sou o empresário mais antigo em actividade na indústria do entretenimento.

Como o CEO da Promotora de Eventos Casa Blanca (a maior empresa de espetáculos em África, como tenho estado a frisar) e, sou militante de gema do partido MPLA, tenho estado a criticar o tratamento desigual, retaliação e perseguição que tenho enfrentado, em detrimento dos meus colegas e amigos, como Carlos Cunha da Casa 70, que foi elevado ao Conselho da República, e o Dr. Geny Neto, que se tornou o homem dos seus negócios pessoais, transformando-se no novo Elísio de Figueredo. O próprio General Tavares é um general das intrigas, aconselhando o PR para ações prejudiciais.

Esqueceram-se que, trabalhei muito por Angola, pela cultura e pelo desporto. A minha verdadeira dívida está relacionada com trabalhos feitos no AfroBasket, na CAN de andebol, Angola 30 anos, Festival de Venezuela, Mundial de Futebol, tudo em prol de Angola. Fui chamado pelas instituições do partido e do Estado angolano para executar esses projectos, com toda a documentação, faturas de pagamento e gastos, com declarações dos dirigentes do AfroBasket, Cocasm (Comitê Organizador), 1 secretário da JMPLA, 1 secretariado do MPLA Luanda, diplomas de reconhecimento a agradecer os bons serviços, até nos festejos dos 50 anos do MPLA.

Tudo fiz pelo bem do nosso partido MPLA, nas campanhas eleitorais também estava incluindo a vinda de Bonga, etc. Não tenho alternativa senão criticar e ficar descontente com o partido e o Estado, desde 2010 que tenho estado a sofrer retaliações. Com esta situação como não apoiar a destituição do presidente", questiona, o empresário.

Reforça que, " já trouxe todos nomes de que você pode imaginar do cenário da música nacional e internacional a lista é interminável e aqui menciono alguns por exemplo, o Eduardo Paim, Juca, Tabanka DJazz, Mise, Oliver Ngoma, Livity, Kaoma, Lutchiana, Raça Negra, Bonga, Roberto Carlos, Júlio Iglesias, 50 cent, Akon, Gil, Pato, Rei Webba, Juventude AS, Só para contrariar, Alexandre Pires, Ivete Sangalo, Zezé Dicamargo e Luciano, KlB, Belo, Leonardo, Djavan, Cesária Évora, sisquo, G Unit, família Jackson, Waldemar Bastos, Cesar Augusto, Giliard, Don Kikas, Ssp, Joe, Shaggy, Já Rule, Ashanti, Jimmy Cliff , Youssou ´Ndour , Daniela Merceury , DZRT, Mariza e Eve.

É uma lista que nunca mais acaba e todos eles grandes nomes. Graças os meus efeitos como empresário Riquinho apenas recebi da entidade máxima o certificado de reconhecimento pelos meus serviços prestados à Nação em prol da cultura Angolana e em particular ao Presidente da República, José Eduardo Dos Santos, hoje a desigualdade é notável. Desde que o Presidente João Lourenço assumiu o poder, existe alguns grupos ficaram com todos os projetos culturais, como FNACULT, hinos milionários, Festivais da Paz, Festivais da Independência, Festivais do Sumbe, Bienais da Cultura, inclusive os festivais da Unitel. A nossa cultura se transformou em uma promiscuidade, onde a ideia de concursos públicos desapareceu. Hoje, a nossa cultura é caracterizada por nepotismo generalizado", disse, o empresário.

As denúncias do empresário têm sido constantemente através das suas páginas do Facebook que, o promotor de eventos, Henrique Miguel “Riquinho”, tem estado a expressar a sua indignação com o actual cenário que vive dentro dos camaradas do partido MPLA no Poder há 48 anos, alega que tem sofrido retaliações mesmo sendo o pioneiro e único que teve em seus eventos o Presidente da República em mais de 20 eventos.

Em entrevista concedida pelo Club-k, o empresário fez várias denúncias, revelações ao longo da entrevista e teceu várias críticas, ao Presidente da República Angola, Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, João Lourenço, onde chamou-o de ignorante e sua liderança de “um Executivo, um Governo e um Estado, vigarista, bandido e irresponsável” e de alguns camaradas dirigentes de ingratos e arrogantes de má-fé.

"A Ministra das Finanças engavetou o documento da provedora da justiça por mais de 4 meses orientou a provedora de justiça a arquivar o processo, dizendo que a Casa Real não tem elementos aprovativos que justifiquem a validação da dívida. Numa autentica mentira e contradição com o próprio documento da provedora da justiça do PR feito há 6 anos atrás que diz precisamente ao contrário que o facto de já teremos recebido parte do pagamento, foi porque o MINJUD reconheceu a dívida e está isso expresso em vários documentos e correspondências feitas pelo MINJUD.

No acto dos pagamentos feitos e as declarações feitas pelo Presidente do Comite Organizador do Afra-basquete, o maior absurdo nesta história é o facto da provedora da justiça mesmo sabendo que a resposta da Ministra das finanças é mentira como se tivesse sido subornada, pois se remeteu em silencio, arquivando o processo num acto soneganação e dos maiores actos vergonhosos da nossa justiça, um autêntico escândalo jurídico. O cumulo da pouca vergonha.

O Secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, Manuel Homem, Governador de Luanda e Tomás Bica, Membro do CC do MPLA, estão vivos e são testemunhas do quanto eu me sacrifiquei com os meus recursos para o bem do país e do partido MPLA, e hoje, há mais de quinze anos a exigir o pagamento do crédito concedido ao Estado angolano para realização do Afrobasket, em 2007, sou virado as costas. Assim, como não fico descontente com o partido no poder, por motivos da dívida contraída pelo partido, através dos trabalhos prestado a favor do MPLA, considero continuar a existir na actual governação, pois é mesmo partido que continua a governar Angola.

Eu paguei e repito isso, sem dúvida nenhuma. Eu paguei despesas do Afrobasket e várias actividades do partido e do Estado angolano, ao longo de muitos anos, de acordo os documentos a vossa posse, o parque do primeiro de Maio serviu de base das minhas viaturas que apoiou o MPLA, em Luanda, na campanha e em várias actividades onde saíram os 20 autocarros que ofereci a todos comités municipais do MPLA em Luanda, as 20 viaturas a JMPLA, os 5 Jeeps Land Cruzers à direcção do MPLA Luanda, o Jeep Touareg de 150 mil USD ao primeiro secretário do MPLA em Luanda, Bento Bento, ao Paulo Pombolo, cujos os filhos também beneficiaram", disse, o empresário.

Acrescenta que, "como empresário angolano criei várias empresas (casa fone, casa limpa, casa da comida, casa segura, casa lar, casa real, jornais e revistas etc.), fui um dos maiores doadores de patrocínios a jornalistas, pequenos empresários, eventos extra Casa Blanca e ações de caridade. No campo social não fiquei por aí só de empréstimo, a seleção nacional de basquetebol 2007 e toda delegação com uma viatura como prêmio de conquista do título continental foram 30 viaturas um feito para história, técnico da seleção de handebol que teve um derrame cerebral e ficou impossibilitado de continuar a trabalhar na seleção de Angola também teve a minha mão, com oferta de uma viatura .o casal de cegos paraolímpicos também receberam uma viatura, será que o presidente não consegue reconhecer a pagar as dívidas", questiona, o empresário

Entre vários documentos que o Club-K teve acesso, o presidente do Comitê Organizar do Afrobasket 2007, menciona que, foi graça o sentido patriótico do empresário Henrique Miguel Riquinho, que Angola conseguiu organizar o campeonato africano de basketball em 2007. Num outro documento assinado por Carlos Cunha e não só.

"Eu fiz um desafio através das redes sociais, a convidar os testemunhos, as pessoas lidas em vários processos que apoiei em nome do Partido e Estado, o Presidente da República, João Lourenço, sabe da minha situação, tirei várias vezes, dinheiro do meu bolso para ajudar o partido, o executivo, o governo e o próprio Estado, por que não baixa a ordem e o porquê a ministra Vera Daves engavetou providencia que deveria liberar pagamento da dívida, está a ignorar um ofício da Provedora de Justiça e submetido também em silencio através de orientação, não vou parar de lutar pelo nosso direito, pois o Estado angolano nos deve 75 milhões de dólares e nós devemos ao Estado BPC Recredit 50 milhões de dólares com juros. Se aplicarmos também os juros por nossa parte, o Estado terá de nos pagar 500 milhões de dólares, ou meio bilião de dólares", questiona e alerta, o empresário.

Por que e repito, por que o Secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, Manuel Homem, Governador de Luanda e Tomás Bica, Membro do CC do MPLA que estão vivos e são testemunhas sabem do quanto eu sacrifiquei com os meus recursos para o bem do país e do partido MPLA, encontram-se em silêncio e a ministra das finanças cria tanto empasse para pagaram o meu dinheiro, porquê", questiona e lamenta, o empresário.