Luanda - O antigo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar (Segurança) do Presidente da República, durante a “Administração Eduardo dos Santos”, General Manuel Helder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, será ouvido, em sede de Instrução Contraditória, na próxima terça-feira, 21, pelo Tribunal Supremo(TS), na capital angolana.
Fonte: Club-k.net
O General Manuel Helder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” é suspeito da prática de crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, tráfico de influência, associação criminosa e abuso de poder.
Acho muito bem que o TS ajuíze com Justiça e imparcialidade os factos imputados ao General Manuel Helder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”. Que seja um processo justo e não político em que se queira fazer dele um exemplo do combate à corrupção e consequente fanfarra pública e política através dos órgãos de Comunicação Social.
O processo de Instrução Contraditória em que o General Manuel Helder Vieira Dias Júnior arguido será conduzido pelo Venerando Juíz Conselheiro Nazaré Pascoal. O TS solicita a cobertura e a divulgação pelos órgãos de Comunicação Social por considerar um “assunto relevante”.
Ora chama atenção o ineditismo da iniciativa do TS, consubstanciado na solicitação da cobertura mediática do sobredito processo de Instrução Contraditória. É uma prática incomum. Espero estar equivocado: mas me parece que há, aqui, uma clara intenção de se humilhar o antigo “Chico-cabo“ de José Eduardo dos Santos, mostrando que o alegado combate à corrupção não parou e muito menos se restringe à arraia miúda.
Auguro, pois, que o Venerando Juíz Conselheiro do TS, Nazaré Pascoal, não fique inebriado com os holofotes da Comunicação Social. Espero que obedeça apenas a Lei e a sua consciência. Que se faça Justiça e nada mais do que Justiça. Se se provar que cometeu os crimes de que é suspeito, que pague por eles. Dura lex, sed lex!
Do mesmo jeito que espero que, tarde ou cedo (mais cedo que tarde), Manuel Vicente, antigo vice-presidente da República, Edeltrudes Costa, ministro de Estado e chefe de Gabinete do Presidente da República João Lourenço, Joel Leonardo, presidente do TS e do Conselho Superior da Magistratura Judicial também venham a ser chamados às barras do Tribunal e que também seja requerida a cobertura e divulgação do julgamento dos mesmos pela Comunicação Social. Defendo que se dê tratamento igual a todos os suspeitos da prática de crime de corrupção e conexos no País.
É, no meu juízo, tempo de se acabar com a Justiça selectiva que em nada abona a reputação do Estado de direito, cuja repercussão pode vir a ser nefasta para todos nós nos tempos vindouros.