Luanda - Um processo movido contra o Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Adão de Almeida, e outras figuras do regime, completou 11 anos desde que deu entrada no Serviço de Investigação Criminal, o que reitera a tese de que este órgão, afecto ao Ministério do Interior, é apenas veloz quando se trata de assuntos ligados a opositores e críticos do regime.

Fonte: Club-k.net

UNITA acusa-lhe de ter praticado crime eleitoral

A queixa está relacionada com processos abertos pela UNITA contra figuras do regime envolvidas na manipulação dos cadernos eleitorais por técnicos do Ministério da Segurança da China, que foram trazidos ao país por Adão de Almeida. Ou seja, em outubro de 2012, a UNITA, maior partido da oposição em Angola, abriu processos contra figuras do regime implicadas nas irregularidades eleitorais daquelas que foram as terceiras eleições no país.

A UNITA alegava ter provas relativas à mediação de Adão de Almeida em operações de manipulação de cadernos eleitorais procedidos por técnicos do Ministério da Segurança da China, no processo de preparação das eleições de 31 de agosto.

A UNITA dizia - acompanhada de documentos - que foi Adão de Almeida que, logo que terminou o processo de atualização do registo eleitoral, daquele ano, chegou a Cabinda acompanhado por Bento Kangamba, levando os softwares com os dados do registo eleitoral depositando no Hotel HD, propriedade do general Nguto, no quarto número 101, que era o local secreto de trabalho dos especialistas chineses.

A tarefa dos especialistas chineses, segundo avançou na altura a UNITA, "envolveu um conjunto de operações interligadas, incluindo a recolha e manipulação dos cartões, a falta de segurança do FICRE, a estratificação étnica e sociológica do eleitorado por via informática; a produção de cartões para eleitores não legítimos e as manobras relativas ao voto antecipado, no país e no exterior."

Para além de mover uma queixa contra Adão de Almeida, a UNITA solicitou igualmente à então DNIC (agora SIC) para que investigasse o então Presidente da CNE, André Silva Neto, e outras figuras chave do processo eleitoral com realce para os oficiais da Casa Militar, o general Rogério da Silveira e o Coronel Anacleto Garcia Neto, que dirigiram o centro de escrutínio eleitoral.

Os técnicos chineses especialistas em manipulação de cadernos eleitorais conduzidos por Adão de Almeida são:

JINMING ZHANG, técnico de informática do Ministério da Segurança Pública da China, nascido em 20 de dezembro de 1971, portador do passaporte número G22066633;

JUN LI, nascido em Tianjin a 30 de junho de 1960, portador do passaporte número G39408678;

LIANSHENG LI, nascido em Tianjin aos 8 de setembro de 1958, portador do passaporte número G28277052;

YIDING LIU, uma senhora, nascida em Beijing aos 18 de maio de 1958, portadora do passaporte número G55661904, todos dos Serviços da Segurança da China.