Luanda - Uma delegação da UNITA no município do Talatona, em Luanda, encabeçada pelo secretário municipal, Damião Adolfo José, visitou na quarta-feira, 22, as camponesas que se dizem vítimas de usurpação de terrenos na zona do 11 de Novembro, no Distrito Urbano da Cidade Universitária, no município do Talatona, em Luanda.

Fonte: Club-K.net

A comitiva do “galo negro” foi ao terreno após denúncias avanças na semana passada, pelas camponesas, que alegaram terem sido surpreendidas, mais uma vez, por patrulhas da Polícia Nacional com efectivos armados, que agrediram as senhoras com gás lacrimogénio, que resultou em desmaios de cerca de dez camponesas que receberam assistência medica no Hospital Américo Boavida.

 

Os agentes da corporação, segundo ainda as vítimas, destruíram a única escola de chapa criada pela comunidade residente para a educação das crianças.

 

No local, após a interação com os populares e a constatação “in loco” a realidade social das referidas famílias, o secretário municipal da UNITA, no Talatona, assegurou o apoio incondicional às camponesas, por entender que existem determinadas autoridades que usam o nome do Estado para o benefício próprio.

 

Damião José afirmou que a UNITA não vai pactuar com injustiças contra o povo, uma vez que o Estado é uma pessoa de bem, então não maltratar a população que devia defender.

 

O político garantiu ajudar a comunidade para a construção da escola supostamente destruída pela Polícia Nacional, privando assim as crianças de aprender o “ABC”.

 

De acordo com o secretário da UNITA no município do Talatona, apesar de não ter o poder de decisão, vai usar os mecanismos de advocacia, para junto da Administração Municipal, na pessoa do seu titular, nomeado recentemente, bem como do Comandante do Talatona, Joaquim do Rosário, para se encontra uma saída que não prejudique as senhoras que procuram por um abrigo.

 

O director da empresa “Konda Marta Comércio e Serviços, Lda”, Daniel Neto, que acolhe há anos as camponesas, na sua maioria idosas, enalteceu a iniciativa do partido UNITA, por ser a primeira força política a manifestar solidariedade às vítimas e constatar a sua condição social.

 

Disse que a sua empresa já recorreu a várias instituições do Estado e do partido que suporta o Governo, mas nenhuma manifestação de “socorro” veio ao encontro da população indefesa, que de acordo com o também porta-voz das camponesas, “sofrem injustiças todos os dias, por reclamarem os seus direitos”.

 

Daniel Neto afirmou que tem consciência que a visita do secretário da UNITA no Talatona, “não significa a solução do problema”, por entender que o maior partido na oposição não tem poderes para decidir por não ser governo.

 

Ao Club-K, o Tenente-Coronel, Daniel Neto esclareceu que ele “é apartidário”, por isso as camponesas estão de braços abertos para receber, no terreno, qualquer formação política do país, quer seja o MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, CASA-CE ou outro partido que pretenda ajudar as referidas famílias, que há anos passam por necessidades extremas por falta de habitação.