Luanda - O ministro da agricultura e Florestas de Angola Antonio Assis entende que o sector que dirige não tem merecido tratamento mediático igual ao espaço que é dado aos sectores do petróleo e dos diamantes.

Fonte: VOA

Para o chefe do sector que proporciona "comida" para a mesa dos angolanos, a agricultura no país ainda não é feita da forma pretendida mas o seu executivo aos poucos vai tomando o rumo que devia ser.

Questionado pela VOA, António Assis entende que para a economia angolana se tornar sustentável e alcançar patamares das melhores tem que obrigatóriamente apostar mais na agricultura. "Nós estamos a sair de uma economia totalmente dependente do petróleo e dos diamantes, para passarmos para uma economia mais diversificada que atenda o potencial e vocação natural e tradicional do nosso povo que é a agricultura, para podermos estar ao nível do que acontece um pouco pelo mundo", disse

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O titular da pasta da agricultura que falava num encontro com jornalistas disse ser o seu sector preterido pela média em relação por exemplo as areas do petróleo e dos diamantes.
"Sem desprimor para ninguém falamos muito de petróleo, de diamantes, falamos muito de Finanças Públicas aborda-se frequentemente estes temas mas o sector da agricultura nem sempre tem a mesma primazia que têm os outros”, disse o ministro.

‘Ajudem-nos a elevar este sector que é fundamental, para o desenvolvimento económico e social de Angola.", apelou

Em termos de apostas em pleno no sector, segundo o ministro, o país ainda está longe do desejado.

"A agricultura exige muito mais que agricultores capazes, uma série de acções integradas, ecosistemas de empresas que produzam sementes, fertilizantes, pesticidas, equipamentos, logística”, disse o o ministro que reconheceu ainda que “no caso de Angola estamos ainda muito longe destes elementos que eu acabo de me referir."

A viragem de cenário, para António Assis já começou, a recente abertura da campanha de produção do arroz, cerimónia que teve lugar em Malanje é sinal disso mas...



O especialista em adaptações climáticas e coordenador da Rede Terra, Bernardo Castro, é de opinião que a questão do não desenvolvimento da agricultura no país tem mais a ver com razões políticas e de investimento no sector. "A questão que se coloca tem mais a ver com as capacidades locais internas que possam adaptar-se às nossas condições climáticas e naturais, como as condições tecnológicas, condições humanas e sobretudo razões políticas, estas
é que determinam o facto, para que tenhamos boa prática da agricultura.", disse

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A VOA questionou igualmente ao ministro da Agricultura sobre se a fatia atribuída ao sector no OGE, abaixo de 5 por cento se era satisfatória a que o ministro respondeu que era a fatia possível.