Luanda - Até 2027, cerca de 72 por cento da energia produzida em Angola será proveniente de fontes renováveis como água e o sol. A garantia foi dada, ontem, no Dubai, pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.


Fonte: Jornal de Angola

Em declarações à imprensa, à margem da 28ª Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP28), a decorrer nos Emirados Árabes Unidos, João Baptista Borges explicou que já existe um programa nacional de substituição das energias poluentes para fontes renováveis, principalmente a mudança do flúor por água ou energia solar.

O ministro realçou que, neste aspecto, se tem feito um investimento importante, com as construções de hidroelétricas, parques solares, que serão complementadas com a instalação de centrais solares em zonas remotas do país, para promover a penetração de energias renováveis na matriz energética. Além disso, prosseguiu, é meta do Estado angolano adoptar medidas urgentes que mitiguem os efeitos das alterações climáticas. E uma das medidas, disse o governante, é a construção do Canal do Cafu e de duas grandes barragens, nomeadamente a do Ndué e Calucuve, localizadas a Sul da província do Cunene, bem como a Cova do Leão, na margem direita da mesma região.

João Baptista Borges frisou que todos estes projectos estão a ser feitos com o objectivo de se ter reservas de águas, permitindo que haja maior resiliência aos efeitos das longas estiagens que a província tem estado a registar.

O ministro acrescentou que este projecto será extensivo também às províncias da Huíla e do Namibe. Quanto à quebra ou não na oferta de energia eléctrica para atender aos desafios da industrialização do país, o governante disse ser pouco provável prever este risco, porque actualmente há mais de três mil megawatts de energia eléctrica.

"E é nossa pretensão atender cidades industriais, quer dentro como fora de Angola, para permitir que os esforços de aumentar a capacidade de produção de energia tenham a sustentabilidade necessária para poder mantê-la e ampliá-la cada vez mais”, realçou o ministro.

Segundo João Baptista Borges, o país tem todas as condições para se tornar um dos principais centros produtores de energia eléctrica na África Central e continuar a ser um agente não poluidor que ajuda a combater as alterações climáticas. Em relação às alterações climáticas, o governante sublinhou que o continente africano é responsável apenas por três por cento da poluição mundial e apesar de ter uma população de 18 por cento a nível global é o que mais sofre com esta problemática.

"Daí a razão de haver uma conjugação de esforços, tanto continental como mundial, para que a África beneficie dos 100 biliões de dólares prometidos pela Europa, por altura da Cimeira de Paris, realizada em Dezembro de 2015, mas que tardam chegar”, lembrou.