Lisboa - Altos funcionários do Governo Provincial de Luanda estão a ser citados como estando a mover influência para a interrupção de um programa radiofónico, "Os Kambas", emitido aos sábados na rádio angolana MFM.

Fonte: Club-k.net

A razão invocada é associada a retaliações por conta do apresentador do programa, o jornalista Mariano Almeida, por alegadamente tecer críticas nas redes sociais, propriamente no Facebook, onde o governador provincial de Luanda, Manuel Homem, tem sido visado. No último sábado, 2, o Programa "Os Kambas" não foi ao ar.

 

O apresentador do programa Mariano de Almeida é um antigo oficial da extinta FAPLA, oriundo de uma das famílias mais antigas do MPLA. Como jornalista, Almeida tem escrito sobre temas políticos, sociais e desportivos. O mesmo já conheceu o amargor de ser ousado demais quando há 10 anos viu a sua colaboração na TPA e Rádio Cinco interrompida por ter protagonizado o inédito de ter criticado nos dois principais órgãos de comunicação do Estado o ex-presidente José Eduardo dos Santos quando este, no estado da nação, fez uma abordagem mal conseguida em relação ao desporto angolano.

 

Em 2022, ele desmentiu uma informação que lhe foi atribuída num grupo de WhatsApp de jornalistas, que acusava o general Carlos Hendrick de ser o responsável pela crise no Primeiro de Agosto. Almeida disse que, se tivesse que acusar o general de gestão danosa, o faria pessoalmente e em sede própria. Em 2023, Mariano Almeida também desmentiu o general Higino Carneiro, que afirmou que Nito Alves, um dos líderes do 27 de Maio, foi capturado e não se entregou às autoridades. Almeida relatou que Nito Alves estava em casa e se entregou voluntariamente, pois, se ele entrasse na região dos Dembos, ninguém o apanhava.

 

Em Luanda, tem surgido alegações de que, devido ao seu lado crítico, sectores do GPL terão criado uma comissão de bons ofícios, no sentido de interceder junto do Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, para o exonerar , das funções de diretor de Comunicação numa das empresas eléctricas há largos anos.