Luanda - De onde veio a cartilha (modo de pensar e agir), utilizada ao rigor pelo ex-Ministro Mário Caetano João? Não terá vindo da República Checa, nem do seu pai, muito menos do seu tio, João Jacob Caetano (Monstro Imortal), que não conheceu a palavra corrupção no exercício das suas responsabilidades públicas. Certamente que essa cartilha terá vindo de um local baptizado e consagrado e sem dúvidas que existem outros governantes com mesma maneira de pensar e agir.

Fonte: Club-k.net

De acordo com notícias postas a circular pelo portal Club-K, Mário Caetano João foi afastado do governo após denúncias de irregularidades na gestão do ministério. Segundo o portal, Caetano João estava a ser monitorizado por suspeitas de corrupção desde algum tempo.

 

Parece mentira, mas é verdade, a história recente da governação trouxe, essa semana, ao público um facto estranho. Não estamos, obviamente, a falar da exoneração que quase sempre é consequência de boas ou más práticas.


Destes sim, de onde emergem as causas da exoneração de Mário Caetano João, interessam trazer a terreiro.

De acordo com o portal Club-K, MCJ acumulou a prática de muitos actos de diversas formas com laivos multi-ilícitos.

Mas apesar disso é curioso perguntar: de onde veio a cartilha para tanta topetice?


Sinceramente, não se consegue perceber como é que ainda existem governantes com dificuldades ou, diria, aversão ao combate à praticas de má gestão de dinheiros públicos? Não se percebe, por quais motivos ou tamanha coragem, ainda existem governantes que remam contra a luta contra a corrupção? Sim. Muitos destes, eufóricos e emocionados, nos congressos gritam "viva a luta contra a corrupção", no mesmo ou no dia seguinte estão trancados no Mussulo, esbanjando tudo às expensas do Estado.


O chefe não deve ter muitos com ele de verdade. Em Angola, Brasil e Portugal, ouvimos notícias de governantes cujos nomes estão associados à práticas de actos de ilicitude para proveito e enriquecimento próprio ou de agentes económicos.

Dizer que MCJ remetia ou endossava as suas despesas pessoais à despesa do Ministério, é motivo de extrema gravidade que não se cura só com uma mera exoneração.

Aliás , o que dissemos acima, com as devidas adaptações, aplica-se a enormidade de governantes que:

a) Pagam bilhetes de passagem com o dinheiro do OGE para interesses privados nele não previstos;

b) Incluem, nas viagens de Estado, familiares cujas despesas são suportadas por recursos do OGE;

c) Fazem uso pessoal de fundos de maneio.

Os exemplos são quase infinitos que davam para uma obra de PhD.

O que nos parece é que existe uma afronta e forte resistência para alguns políticos, aqui em algumas geográfias, aceitarem o combate à corrupção como política de Estado para o desenvolvimento sustentável.


E por falar em afronta, depois da ousada iniciativa do Cláudio Dias dos Santos em ter endereçado uma carta à direcção do partido, reivindicando um congresso extraordinário, até certo ponto compreensível, a mesma tolerância de entendimento não seria reservada ao antigo Secretário-Geral do Partido, Boa-Vida Neto. Em declarações à Rádio Ecclésia, o antigo Secretário Nacional da JMPLA, desafia a luta contra a corrupção, dizendo que se fosse constituído arguido, o País pararia. Gabo-lhe a coragem. Foi profundo, reveladora de insensatez e igualmente, de uma “ingenuidade” colossal. Muito provavelmente, Boa Vida Neto, não fala em nome próprio, contudo, parece-nos altamente imprudente uma ofensiva contra o Presidente, no actual momento, considerando que está cada vez mais (in)claro o caminho a trilhar. Entretanto, quem anda na política sabe que não existem “intocáveis”. Fica cada vez mais claro que o espaço do diálogo está apertado.

Talvez o Presidente precise de verdadeiros articuladores no seu círculo. O partido é o mesmo, as pessoas são as mesmas, o modelo de gestão é o mesmo. Não creio, por isso, que seja IMPOSSÍVEL proteger o bem “comum”. Em política não existem irrevogáveis, perguntem ao Paulinho Portas…..