Luanda - Sendo as relações internacionais sinônimo de cooperação entre os governos e entre as demais organizações regionais, internacionais e transnacionais, os programas nacionais devem ser traçados tendo em conta os interesses estatais, tal igual os projectos estratégicos de cooperação bilateral ou multilateral, devem ser definidos levando em consideração toda a dinâmica dos fenómenos público-internacionais.

Fonte: Club-k.net

O actual sistema internacional (já desde algum tempo) vive momentos complexos, as tensões governamentais são cada vez mais frequentes, portanto, a diplomacia como mecanismo de negociação não funciona sem um protocolo adequado de segurança em todos os âmbitos: estatal, organizacional e social.

Nota-se de forma recorrente, falhas nos protocolos que as unidades de protecção presidenciais africanas têm criado e elaborado para os Chefes do Executivo nos seus encontros oficiais internacionais, no entanto, é necessário que seus respectivos órgãos de defesa e segurança coloquem em prática uma série de procedimentos protocolares que demonstrem maior eficiência estratégico-diplomático:


1) supervisão dos aviões presidenciais e dos carros de transporte. Basta notar que dirigentes ocidentais e não só (sobretudo líderes regionais e globais e líderes fechados diplomaticamente a nível internacional), usam somente meios de locomoção fabricados nos seus respectivos países, por uma questão de maior segurança, não importa por onde vão, usam aviões e carros de fabricação nacional, e quando estão no estrangeiro, jamais permitem supervisão conjunta dos seus meios de transporte junto com o País receptor, ou seja, apenas a equipa de segurança presidencial e da comitiva governamental é que têm acesso total e exclusivo dos respectivos meios de transporte e seus aposentos.

Quando Presidente Joe Biden, Xi jinping, Vladimir Putin, Benjamin Netanyahu, Kim Jong-Un, Supremo Líder do Irão (Ali Khamenei – Aiatolás), Recep Erdogan, Emmanuel Macron, entre outros Altos dirigentes da comunidade internacional, nas suas visitas oficiais de Estado ou de Governo, colocam em acção uma série de protocolos rígidos: os carros presidenciais são levados com muito tempo de antecendência no local de destino. Na verdade esses grandes dirigentes e países possuém toda uma logística de mais alto nível em todos os países onde se fazem presente diplomaticamente, toda essa logística protocolar de defesa e segurança são rigorosamente actualizadas o tempo todo pelas unidades de protecção estatal junto com a equipa de avanço presidencial, sob a supervisão permanente e total da secreta nacional.

As residências ideais de hospedagem durante às visitas político-diplomáticas. As residências de hospedagem para os Chefes de Estado no País de destino não devem ser em hoteis convencionais, nem em lugares oferecidos pelos seus homólogos, devem ser em lugares desconhecidos (secretos), amplamente preparados pela equipa de avanço, supervisionadas e controladas 24/24 horas pela segurança presidencial.
Países que tanto investem na logística protocolar presidencial e governamental, lá onde possuém instituições diplomáticas e consulares, compram ou mandam construir umas centenas de residências protocolares, e sempre que o Chefe de Estado ou um Alto dirigente do País, faz uma visita oficial, as equipas de avanço, usam muitas das vezes a estratégia de «camuflagem de intelligence» para despistarem os serviços de inteligência local-estatal, ou seja, o Dirigente, não fica no mesmo lugar dois dias seguidos, caso a sua estadia deva durar mais de dois dias, usam sempre vários lugares diferentes de hospedagem, em cada viagem que fazem naquele mesmo País.

Líderes como Putin, Biden, Xi Jinping, entre outros, jamais ficam num hotel comum ou conhecido pelo público local nem mesmo pela inteligência local, por causa das dinâmicas de camuflagem de inteligência e de contra-inteligência que usam, que é de mais alto nível. Para esses líderes globais, a segurança vem antes de qualquer coisa, não ficam em hoteis, ficam em residências que somente os próprios da inteligência e da segurança pessoal sabem com exactidão o local… camuflagem de intelligence.

Mesmo para a recepção de um Chefe de Estado é aconselhável que o protocolo de recepção Presidencial, na questão da segurança, que o País receptor não imponha à equipa de avanço do Presidente visitante a dinâmica de segurança para a sua recepção, ou seja, a preparação conjunta entre a equipa do Chefe de Estado visitante e a equipa do Chefe de Estado receptor, deve envolver prevalentemente, somente àquelas questões de segurança referente à espaços comuns, onde estarão os dois Chefes de Estado e suas respectivas delegações, controle dos alimentos e bebidas, o resto é a equipa Presidencial do visitante que deve ocupar-se de forma autónoma e estratégica.

Os líderes africanos são alvos fácil em termos de segurança, sobretudo, quando estão fora dos seus países, por exemplo, além da falta de tecnologia e indústrias de aeronaves e carros de alta segurança (motivo pelo qual é fundamental apostar na formação do Homem), nossos líderes todo material de defesa e segurança, aviões e carros protocolares que usam vêm de fora, nada é nosso. E nesse processo o que acontece é o seguinte: todo fabricante conhece melhor o seu produto, portanto, se eu sou o fabricante e te vendo um avião ou uma viatura, significa dizer que tenho domínio daquela tecnologia e meio de transporte, a qualquer momento, em casos de possíveis tensões, crises, ameaças recíprocas ou interesses estratégicos de Estado, posso tranquilamente desestabilizar remotamente o avião que te vendi. E dado que líderes africanos não estão nem aí para o desenvolvimento tecnológico e nem estão interessados em apostar nos seus própros quadros e os radares de controles aéreos são geridos por estrangeiros e visto que não temos satélites, podem fazer desaparecer do radar o seu avião ou abatê-lo por um míssil terra-ar e ninguém ficará a saber.


A questão da logística de segurança é uma questão muito séria, e o que pode constituir um perigo para um Chefe de Estado, não está nas dinâmicas gerais mas sim nos detalhes que nem a equipa de avanço muito menos a unidade de protecção presidencial consegue detectar onde está o perigo. Isso faz-me lembrar meu ex Professor da matéria “Operações Militares”, durante a Formação em Conselheiro Civil e Militar, em 2017, o Comandante Militar, à uma certa altura contou-nos alguns episódios que aconteceram durante suas missões de Contra-Inteligência Militar no Médio Oriente e na Europa do Leste, pude perceber, que a questão da segurança, vai muito além daquilo que a maioria dos serviços de inteligência africanos fazem, ou seja, precisamos evoluir muito nesse quesito, os nossos serviços, em muitas ocasiões inventam relatórios, a realidade é uma mas transmitem aos superiores outra coisa, isto é grave demais.

Equipas fixas de jornalistas político-diplomáticos em cada instituição diplomática e consular no exterior. Basta notar que as viagens de líderes ocidentais e de governos organizados e estrategas, têm sempre coberturas de alto nível, que começam muitos dias antes da chegada do Dirigente, depois no aeroporto, durante a estadia e no desfecho da visita. As tvs, rádios e jornais do País visitante e do País receptor (de forma coordenada) fazem menção à visita e exaltam o encontro de Estado. Mas isso exige competência (especialização e profissionalismo), investimento e estratégias.
As visitas dos dirigentes africanos nos países estrangeiros (sobretudo em países ocidentais, asiáticos e não só) têm pouco impacto, além de serem susceptíveis à insegurança (carros protocolares alugados, hoteis de hospedagem com supervisão dos serviços de inteligência local), nossos dirigentes são vistos como “pedintes”, ou seja, vivem o tempo todo fazendo dívidas, desse jeito ninguém os leva a sério.

Quando à nível interno do País você tem riquezas minerais e naturais mas não controlas nada disso, ninguém te levará à sério na arena internacional, porque eles (líderes estrangeiros com visão estratégica) sabem que ao te emprestarem 2 biliões ou 4 biliões de dólares você pagará com uma taxa de interesse muito alta, ou como fazem os chineses, te emprestam biliões de dólares mas em troca ocupam vastas áreas do teu Território com recursos minerais e naturais. Fica claro que líderes africanos precisam ser mais estrategas e mais racionais, caso contrário, apesar da “independência” viveremos sempre como escravos: o neocolonialismo. Um africano completamente sério, racional e intelectual, jamais admite esse tipo de coisa.

Portanto, as equipas de jornalistas político-diplomáticos, são fundamentais, porque em parte (além de promoverem a figura do Chefe de Estado) ajudam a enaltecer a posição geopolítica e geoestratégica do País no exterior. Mas como já referimos, isso exige competência e profissionais adequados para a tarefa, por exemplo um jornalista que trabalha em programas comuns na Rádio Nacional do próprio País ou um jornalista televisivo que aborda questões quotidianos, não são aptos para exercerem funções de jornalistas diplomáticos ou funções de Adidos de imprensa.

Em Angola por exemplo, jornalistas comuns e sem especializações são regularmente nomeados para serem Adidos de imprensa, isso é muito grave. A maioria dos países africanos tendem a fazer tudo ao contrário, não entendem realmente como a coisa funciona. O jornalismo diplomático não é igual ao jornalismo político, são jornalismos muito semelhantes mas não são iguais, quem estudou bem comunicação política (sem cábula, sem truques e sem pagar para ter nota) sabe exactamente o que estou dizendo, portanto, esse tipo de comunicação exige uma preparação pontual, o mesmo vale para todos os outros âmbitos dentro das instituições.

Um cidadão pode até entender e ter estudado comunicação, mas é necessário saber qual é a sua Especialização dentro da comunicação. Não existe Especialização na Licenciatura, Especialização é somente a partir da Pós-graduação, sobretudo, a partir do Mestrado em diante. É necessário saber qual é a especialização do indivíduo, se é comunicação pública, se é comunicação e marketing, se é comunicação institucional, se é comunicação no âmbito dos recursos humanos, etc, etc, tudo isso pra dizer o seguinte: se por exemplo fores nomeado/escolhido para seres o Porta-Voz do Ministério da Defesa, só porque és jornalista ou estudaste comunicação não quer dizer que estás necessariamente apto para esta função. Para este cargo deve ser alguém que tenha domínios em comunicação militar ou em comunicação político-militar, alguém com formação militar e que entenda de jornalismo, o mesmo vale para o Ministério das Relações Exteriores, seu Porta-Voz deve ser alguém preparado e competente em comunicação político-diplomática, ou seja, cada Ministério ou instituição exige um certo tipo de Porta-Voz, não basta ser um jornalista, não pode ser qualquer um, é necessário aptidões e qualificações pontuais de mais alto nível.

Existem inúmeras regras protocolares de segurança, tanto no âmbito político, diplomático e militar, o pouco que se descreveu aqui (sem que se entrasse concretamente nos detalhes técnicos e específicos) nem chegam nem perto daquelas regras protocolares mais complexas aplicadas nas dinâmicas diplomáticas de um Chefe de Estado… mas no caso africano, se regras básicas as unidades de protecção presidênciais muitas das vezes não colocam em prática, quando é que colocariam em prática as regras mais complexas de segurança? Poucos têm domínios de tais regras, é pra níveis muito avançados de intelligence.

Dirigentes africanos são alvos fácil nas mãos ocidentais e não só, líderes africanos não têm posição firme em termos geopolíticos e geopolíticos, são vulneráveis de todas as formas. Muitos dos nossos dirigentes são contaminados e envenenados nas suas consultas médicas de rotina no estrangeiro, visto que não se tratam no seu próprio País por falta de qualidade na saúde pública, ao saírem de viagem para a Europa e outros destinos, pensam que estão sendo curados, mas na verdade estão sendo contaminados, por isso é notável que muitos dos nossos dirigentes são doentes, lhes introduzem certas substâncias no corpo que nem eles, nem suas unidades de segurança, nem seus médicos pessoais se apercebem da coisa, ou melhor, muitos desses médicos pessoais dos nossos líderes são estrangiros, e esses médicos jamais diriam alguma coisa porque muitos desses médicos são dos serviços secretos estrangeiros, juraram defender a própria Pátria, jamais iriam proteger dirigentes africanos, mas mesmo assim nossos dirigentes insistem em não apostar nos quadros nacionais, preferem o estrangeiro, e passam o tempo todo viajando para tratar-se, vivem doente, e na medida que vão viajando nos hospitais estrangeiros, nunca melhoram definitivamente suas enfermidades, apenas aliviam a coisa, mas nunca os curam, porque é tudo um esquema estratégico bem traçado e delineado para controlar líderes africanos.

Porquê que Presidentes americanos nunca tratam-se fora do próprio País? Porquê que Presidentes Putin, Xi Jinping, Macron, Kim Jong-Un, entre outros não tratam-se fora do País? A resposta é simples: o tratar-se dentro também é um mecanismo de segurança, mas nossos dirigentes não sabem disso, nem sequer sabem que na medida que vão se tratando fora mais estão espostos à insegurança. É tudo um jogo político mas também um interesse econômico porque essas viagens e logística de viagens exigem despesas milionárias.

Vários relatórios de segurança dos serviços de inteligência estrangeiros descrevem detalhadamente as vulnerabilidades dos órgãos de defesa e segurança dos países africanos. A coisa é feita de maneira muito sutil e estratégico que os nossos agentes nem sequer conseguem notar, porque é tudo bem elaborado. E uma das formas para se impedir tudo isso, é apostar fortemente nos serviços de contra-inteligência nacional, mas isso é: colocar o próprio cidadão nacional no controle das instituições do Estado, mesmo os tais consultores, assessores, etc, devem ser nacionais, porque muitos desses consultores e assessores estrangeiros que dirigentes africanos têm nos ministérios e nas instituições públicas do Estado são agentes secretos, são pessoas que colectam informações dos nossos governos… outros, são aqueles que entram através das Associações e Organizações Não-Governamentais, mas muitos destes, também são dos serviços secretos estrangeiros. E se nossos dirigentes permanecerem sem visão estratégica, serão sempre vulneráveis e dominados.

 

N.T: Para todos os militares, saudações militares

Para todos os políticos e diplomatas, saudações político-diplomáticas

Para todos os agentes especiais, saudações patrióticas

Para todos os académicos, saudações académicas…

A todos vocês FELIZ NATAL, que 2024, países africanos apostem mais nos africanos!

 

Conselheiro de Segurança Nacional

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Por: Leonardo Quarenta

Ph.D em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais: Diplomacia, Mediação e Gestão de Crises

Formação em Conselheiro Civil e Militar

Formação em Geopolítica de África: O Papel da CPLP na Segurança Regional