Benguela - Funcionários da Procuradoria Geral da República em Benguela têm expressado preocupações em relação às condutas questionáveis do Procurador junto ao SIC-Benguela, Samora Neto, e do Procurador Titular da Província de Benguela, Simão Cafala. Os mesmos são acusados, juntamente com o Diretor Provincial do SIC, Sebastião Luís, e um Magistrado Judicial das Garantias, de protegerem o cidadão estrangeiro Filimon Eyob Kidane, em troca de um pagamento de 150.000.000,00 Kz (Cento e Cinquenta Milhões de Kwanzas).

Fonte: Club-k.net

Filimon Eyob Kidane, de nacionalidade eritreia, é acusado de ser especialista em alterar programas informáticos contabilísticos para evadir o fisco. Apesar de não possuir Visto de Residência ou de Investidor Estrangeiro, ele continua a praticar atos de comércio, utilizando uma empresa chamada Águia Africa, criada em 2022 com fundos da empresa Filjess Lda. A empresa Filjess Lda, de propriedade de um cidadão angolano, teria sido dilapidada por Kidane, causando uma dívida de mais de 102.000.000,00 Kz ao fisco.

 

Por sua vez, os procuradores Simão Cafala e Samora Neto são acusados de criar um processo criminal contra a proprietária da empresa Filjess Lda para intimidá-la, enquanto beneficiam o cidadão estrangeiro. Filimon Eyob Kidane é acusado de ser protegido por esses procuradores, um magistrado judicial e o diretor do SIC de Benguela.


Os funcionários da PGR questionaram como é possível que o Procurador Titular da Província, Simão Cafala, tenha deixado o Procurador junto do SIC, Samora Neto, em exercício no dia 12 de julho de 2023. No mesmo dia, Neto recebeu no seu gabinete o cidadão Filimon Eyob Kidane, que lhe apresentou uma exposição. Neto despachou a exposição no mesmo dia, mesmo sem ouvir a proprietária da empresa Filjess Lda, contra quem Kidane havia apresentado queixa. Neto ordenou a apreensão das farmácias da empresa e as entregou a Kidane, mesmo que ele não tivesse legitimidade para isso.


Existem mais de três processos criminais contra Filimon Eyob Kidane, mas, devido às influências dos procuradores Simão Cafala e Samora Neto, esses processos não avançam. Os procuradores são acusados de manterem relações amorosas com funcionárias da PGR, incluindo deixar uma delas grávida.

 

A promiscuidade é apontada como uma prática recorrente, e os procuradores teriam admitido funcionárias na PGR com quem mantêm relações amorosas. Eles também são acusados de forçar a transferência de processos relacionados às casas da centralidade do Lobito e da Catumbela para dificultar o trabalho de outros magistrados.

 

A sociedade civil em Benguela considera as condutas dos procuradores um atentado contra as políticas de combate à corrupção e tráfico de influências, pedindo uma intervenção urgente do Procurador Geral da República para restaurar a credibilidade da instituição na região.