Luanda - Boas festas! Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Fonte: Club-k.net

Kota, desculpa só, mas nós estamos male, male através das chuvas que, na qual, rebentam as estradas milionárias que custaram bué de dólares e inundam os nossos kubikus. Para entrar no Bairro é preciso dar volta grande: água é água; mosquito é mosquito; malária é malária. Nas bandas dos outros: Namíbia, Rwanda, Brasil, Portugal etc, depois da chuva as águas bazam. Nós aqui, não. Sai ano entra ano sempre o mesmo dikulu. Mas, mesmo assim, mô Kota, decidi escrever esta mukanda para lhe contar todas as dikas, já que os teus putos-do-gueimê "não estão a abrir o jogo" – tipo que querem que acabes mal em 2027 (não sei se vais mbora tirar voado ou, dar uma de herói e ficar numa boa...). Falando a verdade, em 2017, o Kota entrou com muita pulunguza: meteu no kuzú muitos wis; tirou do gueimê as empresas fantasmas dos boss e concorrentes da sua placa; recuperou para a esfera do Estado bué de mambus: kumbus, kubikus, rukas, etc. Só que, nisto tudo, apenas os azarados e boelus perderam rede. Os fezadeiros, os intocáveis de sempre, mesmo com denúncias de corrupção contra eles e suas empresas, continuam a michar, tipo os ngapa que têm bué de makumba. Deve ser por isso que o Kota não os toca. Eu quero mbora estar enganado...Nga zwela ô kidi muene!!

 

A luta contra a corrupção não pode aprofundar a pobreza nem esticar as fileiras dos kunangas. Vejam só, bastou o kota entrar na Placa-Grande e prometer que haveria de combater os marimbondos, a vida dos mwangoles ficou mais difícil: o salário perdeu peso e o pitéu subiu assustadoramente. Azar não é só óbito e chuva!!! Hoje, por exemplo, para se comprar caixa de coxa muitas famílias são obrigadas a fazer sócia; os wawas da TCUL quase não funcionam – fila é fila; os carros seminovos da Europa, com mais de seis anos, que ajudavam milhares de famílias, não entram na banda como nos outros tempos. Xé, Kota, o mambu está rijo e não dá sinais de amolecer, tanto mais que os "vijús", aqueles que não maiam, estão a tirar voado para a Tuga, porque aqui, na bandula, o pessoal bumba, bumba, bumba – mas o salário é coxito; mesmo os pais-grandes com patentes de bué de estrelas estão a ver fumo, estão a rochar. Essa é a verdade verdadeira, de resto, são truques para ngombe dormir: promessa daqui, promessa de acolá, e o tempo vai passando, e o pessoal não dá conta disso, continua a “dormir-sono” e a levar a vida como Nzambi quer.

 

Mô Pai, enquanto se continuar a planificar o país em cima do joelho, o mambu vai dar bum. Mesmo esse tal jajão de trocar os medíocres pelos péssimos, só porque são dos nossos, está a atrasar o país, e o tempo passa e vai passando. A governação, se fosse como no futebol, o treinador seria obrigado a conhecer melhor os seus pupilos para não correr o risco de passar os noventa minutos a experimentar os jogadores: coloca um em campo, mal aqueceu, é substituído; mete outro, mas parece que é pior que o anterior, enfim. Vendo o tempo passar e aflito por não ter correspondido com as expectativas, o dikota socorre-se de alguns adeptos das bancadas que aparentam ser bons, mas, logo, logo vem a desilusão, são retirados do campo sem aviso prévio. Esse é o dikulu que povo está com ele, e dessa forma dificilmente havemos de chegar lá...

Mô Kota, com todo o respeito, como estamos entre nós, vou pedir só já de joelhos, tipo na Muxima, para que 2024 não seja outra vez um ano malaik! Se fôr, estamos paiados!

Luanda, 25 de Dezembro de 2023.
Gerson Prata