Benguela - O NS sujeita-se ao exercício de destacar algumas figuras de 2023, depois de já o ter feito no final de 2022. Neste segundo ensaio, trazemos várias sensibilidades que, na óptica deste jornal, marcaram «indelevelmente» o ano prestes a dar o adeus finito. Diferente de 2022, na edição deste ano trazemos um espaço radiofónico, que se afigura como uma espécie de salvação para o cidadão, e uma entidade religiosa.

Fonte: Notícias do Sombreiro

REVERENDO EURICO BONGUE, PRESIDENTE DA IESA: O religioso notabiliza-se, daí ter entrado na galeria do NS, com a coordenação da tradução da Bíblia do português para Nyaneka cujo lançamento da porção do I testamento deu-se em 2023.


A esse facto junta-se, naturalmente, o reforço da diplomacia interna e externa da Igreja com envio de quadros formados em teologia e em outras áreas do saber ao estrangeiro para a capacitação ministerial. Aliás, talvez por isso é que o embaixador de Israel em Angola, Shimon Solomon, tenha solicitado uma audiência ao sacerdote.


Há ainda a destacar a expansão e extensão do sinal da rádio Maranata e a criação de um Instituto Superior Politécnico Sinodal.


JOSÉ MANUEL DOS SANTOS: ESSE JOVEM EMPREENDEDOR, contabilista de se lhe tirar o chapéu, tem, hoje, o seu lugar cativo no mundo dos números que «valem milhões» - se nos permitem a dose de exagero – a contabilidade, no caso. Ele é a prova de que, com persistência, se vai ao longe.


Para além de um bom contabilista, o jovem tem sido uma espécie de benfeitor/patrocinador de práticas desportivas no bairro que o viu nascer há mais de 30 anos, a emblemática Massangarala. Com a sua aposta no futebol, através de patrocínios a equipas (compra de camisolas, bolas, chuteiras e não só), tem retirado da criminalidade um sem número de jovens. Também retirou do desemprego muitos jovens. Os da Massangarala que o digam! De tal sorte que, naquele bairro da zona E, haja quem tenha o Irmão José, como é carinhosamente tratado, como um pai.


De José Manuel dos Santos, antigo acólito, não é tudo, há mais. No princípio do ano, juntou-se a um colega seu, o mestre António Mamba Cambungo, para com ele debitar, em um livro, conhecimentos técnico-científicos sobre fiscalidade, numa cerimónia a que várias sensibilidades aderiram para a compra do Manual de Fiscalidade, primeiro «rebento» literário escrito a duas mãos. Ele merece um destaque como figura que marcaram o ano.


CELSO ROSAS, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO PORTO COMERCIAL DO LOBITO: Esse gestor público tem, de facto, revolucionado o modo de gestão de uma das empresas mais estratégica do Estado Angolano. Aliás, não fosse a mesma, juntamente com a sua irmã siamesa CFB, «pulmão» do corredor do Lobito, uma zona de comércio que já seduziu até os norte-americanos.


O Tio Celso, como é tratado pela imprensa, adoptou uma nova forma de gerir aquela empresa pública a ponto de, nos dias de hoje, o porto, um dos maiores de África em águas profundas, estar distanciado de práticas nocivas ao erário. Até então, a empresa, volta-e-meia, era associada a práticas de corrupção. Mas, uma crítica/sugestão, o gestor talvez precise de apelar a responsável pela área comercial para ter mais respeito pela imprensa. Por essas e por outras é que ele entra na galeria do NS.


TRIBUNA DO POVO DA ECCLÉSIA: Esse espaço radiofónico, competentemente conduzido pelo jornalista Zé Manel, afigura-se como um espaço por via do qual os cidadãos expõem as suas preocupações, na nítida esperança de que tais mexam com a sensibilidade de quem governa. Na rubrica Tribuna do Povo, circunscrita no espaço informativo da Ecclésia à quarta-feira, os cidadãos encontram o «amparo» que outros órgãos de comunicação social não conseguem proporcionar, por alegada pressão política do partido governante, o MPLA.


PASCOAL LUÍS: Jurista de profissão, o jovem tem adoptado um elevado nível de sabestania e urbanidade em todos debates em que participa, geralmente a defender o partido de que é militante. Diferente de alguns camaradas indicados pelo «M» para o espaco informativo da Ecclésia, com elevado sentido técnico científico no mar em que navega melhor, no Direito, o assessor da vice-governadora tem feito vincar as suas ideias sem precisar de faltar ao respeito aos seus colegas de painéis. Merece entrar na galeria do NS.

JOSÉ VALENTIM HONÓRIO: Um jornalista, por natureza, não precisa de fama, ele, em muitos casos, acaba sendo a própria fama em pessoa – diz-se. José Honório, exímio jornalista a emprestar o seu perfume profissional à Angop, notabilizou-se ao longo do ano por ter defendido zungueiras de uma alegada brutalidade de que estariam a ser vítimas às mãos de agentes da Polícia Nacional no casco urbano de Benguela. Esse comportamento valeu-lhe uma agressão reprovada por quase todas as forças vivas da sociedade angolana e, até, fora das fronteiras do país.


Para algumas zungueiras, estar-se-ia diante de um herói que os teria salvado de males maiores.

O jornalista ainda chegou a mover uma acção judicial contra os seus agressores que, até hoje, não se lhe conheço o desfecho.


DOMINGOS CHIPILICA EDUARDO: Conhecido como advogado do povo, diz-se, à boca miúda, que é das poucas figuras em Benguela que ainda não se vendeu ao regime, por pensar (ainda) com a própria cabeça. A coerência de Chipilica Eduardo começou a ser evidenciada nos debates semanais da Omunga, em que ele fazia vincar as suas ideias sobre defesa dos direitos humanos. Nos tempos em que advogados fugiam como diabo à cruz à defesa de manifestantes contra o Governo, ele dava o peito às balas, evitando que muitos activistas fossem condenados por reivindicar direitos fundamentais. É daqueles que prefere passar fome a ter de se vender por um «prato de lentilha».


Comentador residente da Ecclésia, no espaço de análise da semana na Ecclésia, diz-se que Chipilica é dos poucos, entre os painelistas, que não vê no espaço uma forma de defesa de interesses pessoais, a ponto de alguém, certa vez, ter afirmado «oxalá um dia Nunes também não lhe chame, ele ainda é coerente»


JUCA MANJENJE, secretário-adjunto da UNITA: filho de Adalberto, como alguns lhe chamam, o jovem político conseguiu por mérito próprio conquistar o seu lugar na arena política. Contundente como é, o jovem fez um notável trabalho no Lobito que deixou praticamente o MPLA «desalojado» da cidade dos Flamingos.


NANI FRANCISCO – director do INEMA: Não há dúvidas de que o Instituto Nacional de Emergências Médicas é uma das instituições do Estado mais eficiente. O cidadão, diga-se em abono da verdade, se revê nela. Mas, tal deve-se, fundamentalmente, à forma de gestão do seu responsável. Nani Franciso é a prova do amor ao trabalho e ao cidadão.


Hoje, em Benguela, o INEMA é apontado como a instituição mais eficiente. O responsável tem posto a máquina a funcionar como deve ser, motivando a equipa que dirige. Embora não disponhamos de dados palpáveis, somos seduzidos pelas circunstâncias a afirmar que o número de um responsável para o qual os cidadãos na província mais ligaram foi o de Nani Francisco.