Luanda - O Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) orientou, recentemente, a passagem à reforma de 40 oficiais-generais da corporação que tem como escopo primacial a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais, a Ordem e a Lei.

Fonte: Club-k.net

Reconheço e cauciono a iniciativa. É preciso pôr alguma ordem e dignidade no generalato angolano. Angola deverá ser um dos países do mundo com o maior número de generais. Há militares que são alcandorados ao grau de general apenas para acomodação política por terem sido, num passado recente, carne de canhão”.

Repito: Angola tem um número excessivos de generais. Sem falar das prerrogativas inerentes ao grau. São muitas despesas para o Estado. Penso que o número de generais é equiparado ou próximo ao de soldados. Acho que, em Angola, se calhar há mais generais que soldados.

Para se ser general, noutras latitudes, não basta ter andado a premir o gatilho lá onde o sol mais castiga ou numa mata cerrada onde a regra é (era): “ou mato ou morro”! Tão simples assim.

Um General, num Estado democrático e civilizado, demanda uma formação acadêmica sólida, arrimada em fortes pilares morais e cívicos. Um General deve possuir um diploma de bacharel em uma área relacionada à defesa: ciências militares, estratégia ou administração.

Não é, convenhamos, o que se passa em Angola. No nosso País há generais que sequer sabem ler e escrever em condições e muito menos dominam ou entendem correlatas a ciências militares, estratégia ou administração. Arrogância, desmandos, abuso de poder e assédios de toda a sorte e em todos os lugares é o que mais entendem alguns (mas quase todos) generais angolanos.

Em Angola há generais com cadastro criminal e que nunca estiveram numa academia. São estes que põem em causa a honra e a dignidade das FAA. São estes que, com o seu comportamento, compurscam símbolos nacionais como a bandeira da República, bem como a própria farda que envergam. Estão longe de ser um paradigma de disciplina, elegância e rigor para o “pessoal menor” das FAA.

Acho muito bem que o Presidente da República e Comandante-em-Chefe oriente o licenciamento de alguns generais à reforma. Há, nas FAA, “muito cacique para poucos índios”.