Luanda - O presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), Ramiro Barreira, considerou, terça-feira, em Luanda, que o facto de Angola estar na lista dos principais destinos turísticos em 2024, elaborada pela cadeia televisiva norte-americana CNN, é um voto de confiança que vai permitir impulsionar o crescimento do turismo a nível nacional.

Fonte: JA

Ramiro Barreira referiu que a escolha exige uma maior organização a todos os níveis, porque o país possui pontos turísticos bastante atractivos que precisam de ser transformados em produtos turísticos que podem alavancar a economia nacional.


Esta escolha, frisou, impõe uma grande responsabilidade para o sector e para o Executivo, que devem trabalhar para que as estruturas da organização e a promoção do turismo funcionem de facto.

Para o responsável associativo, "é imprescindível a concessão de créditos bancários para os empresários que actuam no ramo da Hotelaria e Turismo, com taxas de juros mais baixas, no sentido de permitir que as instituições criem as condições necessárias para trabalharem a um nível que permita, de facto, desenvolver o sector turístico a nível nacional”.

O empresário defende igualmente um apoio institucional, a participação dos empresários nas grandes feiras internacionais para a atracção de um maior número de turistas e algumas soluções fiscais que permitam aumentar o interesse dos empresários de actuar no ramo.

Ramiro Barreira apontou, ainda, como medidas para melhorar o sector do Turismo a eventualidade de o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) se manter em 7 por cento, sem implicar medidas colaterais.

Operadores turísticos

Ramiro Barreira esclareceu que os peradores turísticos são agentes importantes que precisam, também, de mais apoios, sobretudo no que diz respeito aos meios rolantes, para garantir o transporte dos turistas nacionais e estrangeiros, organização dos parques nacionais e das reservas de caça que não estejam em boas condições.

"Temos pontos turísticos onde não existe nenhuma infra-estrutura, por isso, o Estado, através dos governos provinciais, tem que trabalhar na construção dos serviços sociais básicos que possam atrair os empresários, de modo a permitir a colocação dos serviços hoteleiros nestes locais”, apelou.

Para o presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola, urge a necessidade de se apostar na construção de estradas, para permitir a transportação de pessoas e bens, a colocação de pequenas cantinas e lojas para a venda de souvenirs (lembranças).

"Para se ter o turismo a marchar a sério, precisamos trabalhar um pouco mais e definir uma estratégia mais realista e concreta para os nossos grandes objectivos”, sublinhou.


Ramiro Barreira defende mais trabalho para elevar o país a destino turístico internacional


Destinos mais procurados

Ramiro Barreira apontou as províncias de Benguela, Luanda, Huíla, Namibe e Malanje como os destinos turísticos mais procurados, tendo em conta as infra-estruturas turísticas que possuem.

Actualmente, informou, o país conta com 240 hotéis de três, quatro e cinco estrelas, 1.600 unidades hoteleiras desde pensões, residenciais entre outros, que albergam cerca de 42 mil quartos, distribuídos em todas as províncias.

"De facto, o problema reside em potenciar estas unidades hoteleiras. Há muitas que ainda continuam a pagar, todos os meses, cisternas de água para garantir o funcionamento, porque não são abastecidas com água potável da rede pública e outras funcionam à base de geradores, porque não têm energia da rede pública e, se tiverem, continuam a ser assoladas pelos cortes constantes”, lamentou.

Se a questão fundamental é tornar Angola num destino turístico, porque o país ainda não é um destino turístico internacional, frisou, "temos que trabalhar muito para elevar o país a este nível”.