Luanda - Terminou o ano de 2023, porém, e apesar de ter sido um dos mais sofrido de 93% das populações que compõem a magnitude do tecido da nossa Angola profunda. Porém, teremos que forçadamente conviver sofridamente com a presença do presidente do MPLA na cidade alta. 

Fonte: Club-k.net

Dessa vez, trago um assunto para reflexão de todos quantos tenham a paciência de ler e escutar o que escrevo.


A questão está relacionada com a divisão administrativa do território nacional, no caso tratam-se das províncias do Moxico e da Cuando Cubango.


Fica cada vez mais claro, que o regime está a utilizar a divisão administrativa com execrável leviandade, tudo isso para estancar a irreversível impopularidade do MPLA. Numa outra dimensão, verifica-se um esforço latente do regime tentar com a divisão administrativa tentar branquear a imagem esbatida do seu líder.


Por outro lado, nota-se da parte do regime um preocupante esforço em se utilizar da divisão político administrativa como arma para buscar protagonismo político, na vã tentativa de restaurar a credibilidade perdida tanto a do MPLA como a do seu presidente.


Debalde, não é com ensaios de balões de oxigênio nem com ações administrativas avulsas inebriantes, que se muda o senário enegrecido criado com ações desmazeladas praticadas pelo ditador, contra o povo. Se assim fosse, a muito o presidente do MPLA estaria a ser gritantemente louvado pelas serpentes, sapos e rãs estonteadas das nossas urbes.


As práticas de João Lourenço entorpeceram o país e acabaram por assassinar a agora inviável nascente nação. O que estamos a assistir, é a inversão de valores cristãos, a civilidade está posta em causa, o regime apenas se propõe a reforçar o tamanho vil do seu poder anacrônico.


É inaceitável que um só partido continue a dar as cartas na imensidão do nosso país, a oposição, leia-se UNITA, teve acima de 41%, no pleito eleitoral das eleições passadas, e ainda assim, a UNITA não obteve o lugar que lhe é devido no concerto político-administrativo do país. E essa hein!


Isso para sequer falar do direito de fiscalizar o governo do presidente déspota! Afinal, que peso têm os 41% dos votos da oposição, refiro-me uma vez mais a UNITA, porque o resto da dita oposição, é precisamente isso, o resto.


Agora o MPLA possui o controlo de 100% do país nas suas mãos, essa verdade vai deixar de ser verdade, pois, com 18 províncias sob seu controle, o MPLA vai juntar as 18 províncias mais duas províncias que somaram 20 províncias.


Quem lucra com essa amaldiçoada divisão administrativa é apenas uma só pessoa jurídica, digo um partido, o mesmo de sempre. A acrescer a esse irregular desiderato político-administrativo, o MPLA deixará de ter 18 governadores, e passará a ter 20 governadores provinciais.


Terá igualmente um número acima de 58 vice-governadores, 685 administradores municipais e outras centenas de administradores comunais, sem contar com mais comandantes da polícia e das FAA, dentre outros funcionários públicos como chefes e agentes prisionais etc...


Todo cidadão sabe, que existem milhentos de militantes do MPLA desempregados, também é sabido que, todos eles sempre tiveram e têm ainda a administração pública do estado, como local empregatício da militância do MPLISTA.


Desse modo, a admitir-se essa divisão administrativa, será o mesmo que dar emprego aos habituais (cunangas) vadios do MPLA, isso é uma indecente maldade, é o mesmo que validar a permissiva governativa e a selvajaria do assombroso presidente do MPLA. E tudo isso feito de dia e sob o olhar silenciado da intelligentsia nacional angolana.


Pior de tudo, é o frágil e inaceitável argumento do regime criminoso, para viabilizar a inaceitável divisão político-administrativa. Segundo o regime, essa indigesta divisão administrativa, possibilitará uma maior proximidade entre o poder local e as populações, debalde. Onde foi que essa maldita corja encontrou tais referências para apresenta-la como exemplo!


Isso só vem provar, que o regime de João Lourenço, não possui nenhuma agenda desenvolvimentista, que ajude a criar a diversificação da economia, sobretudo para alargar o desenvolvimento da agricultura, que é a mola impulsionadora de qualquer país sério que tenha a primazia de querer ter uma economia desenvolvida.


Ademais, temos um exemplo que desmente tais argumentos apresentados pelo regime. O Bengo, antigo distrito de Luanda, que servia tão somente para passagem de ligação entre Luanda e a Província do Zaire, foi transformada em província, com a falsa alegação de facilitar um melhor acompanhamento do povo pela administração local. Debalde.


O que acontece até aos dias de hoje, é que não houve nem há até a data nenhum polo industrial e agrícola instalado no Bengo, que trouxesse qualquer melhoria de vida aos cidadãos dessa província.


João Lourenço apostou tudo na divisão administrativa, mas, não as pensando no povo do Bengo, menos ainda para desenvolver tais províncias e municípios em referência. Foi isso sim, para fugir das autarquias. Ele e seus confrades buscam caminhos sinuosos para tentar vencer as adversidades criadas por eles mesmo.


João Lourenço, está entre o diabo e o inferno, que na verdade um e outro dá no mesmo. Ele deduziu que seria fácil governa o país com feitiço, deduziu errado. Enfim, agora ele João Lourenço, já sabe que é impossível governar com o sobre natural enfeitiçamento, porque o buraco é mais em baixo.


Vistas as coisas por outro prisma, apressadamente, o sitiado ditador, quer a todo custo socorrer-se da divisão político-administrativa, para adiar o inadiável, que são as autarquias, será extremamente difícil fugir e ou inviabilizar as autarquias, que aliás se transformaram no terror de todo MPLA.


Nós os outros, ou seja, todos quantos se sintam marginalizados e abandonados a sua sorte pelo regime, e que estejam longe da agenda dos partidos que fazem parte do arco da governação, têm uma única saída, não aceitar que a agenda do regime da divisão político-administrativa inviabilize as autarquias.


A agenda de todo insurgente diverge da dos partidos do arco da governação. A agenda dos negacionistas da divisão político-administrativo tem apenas um ponto apenas. AUTARQUIAS em 2024 já.


O cidadão sério deve estar disponível para levantar em uníssono as suas vozes discordantes do projecto de João Lourenço, que a todo custo tem a pretensão de inviabilizar as autarquias. Porém, temos do nosso lado a razão, e vamos usa-la como arma de luta pela realização das autarquias.


Nosso combate tem uma excelente motivação, que passa por vencer todos quantos apoiem secreta ou publicamente o regime em secundarizar as autarquias, que se espera seja realizada em 2024.


Estamos Juntos