Luanda - A luta dos africanos pela conquista da independência assemelha-se à briga de crianças por comida, só dura enquanto o prato de quem se acha dono estiver cheio e a fome do estrangeiro (verdadeiro dono) continuar a roer as fivelas do estômago, assim, a briga não termina, apenas muda de figura. Durante a luta, o que tem a barriga vazia veste-se de uma capa de justiceiro perante os colegas da fome, mas quando consegue o alimento, ainda que lhe seja cedido à lógica da Alegoria da Caverna, ele mostra o seu espírito vingativo para com aquele que era seu colega de fome.

Fonte: Club-k.net

A coerência do africano, particularmente dos chamados os nacionalistas, tidos como os lutadores acérrimos contra a presença do colonialista nestes países, deixa dúvida, ou seja, é muito estranha. Albert Einstein disse “só tenho a certeza de duas coisas: Uma é que o universo é infinito e a segunda a estupidez humana também é”. Esta última conclusão tem muito que ver com os aqueles que se dizem ter lutado contra o colonialismo, os chamados nacionalistas, quando não passam de traidores da pátria.


É inegável o contributo de Rui Mingas na luta contra o jugo colonial. A sua música foi uma arma poderosa, estilhaçou o regime colonial, bombardeou o governo português.


Nasci no país onde o não e o sim têm o mesmo significado, a semântica é igual. Respeitosamente cumpre-me o dever de endereçar os mais profundos sentimentos pelo passamento físico do músico e nacionalista Rui Minga. Mas como reza o ditado popular “Que o Diabo seja surdo”, Rui Mingas traiu a pátria, foi um homem incoerente, pois, para quem lutou contra o colonialismo, depois de receber a terra que tanto reclamou, advogou ser sua, vai morrer num lar de idosos do mesmo colonialista?


Você luta e depois vai pedir ao seu adversário para te acolher em sua casa? Pede nacionalidade? Come no prato dele? Dorme na cama dele?


Rui Mingas não podia morrer em Portugal e vergonhosamente num lar! Respeito a família e aos demais amigos e admiradores, mas é vergonhoso!


Olhemos como somos infinitamente estúpidos, construímos hospitais, mas vamos nos tratar e morrer no país dos outros, até quem foi Presidente da República por décadas, por fim vira imigrante e o seu corpo vem como bagagem. Enxotamos o colonialista, mas depois vamos pedir que nos dê a nacionalidade! Casa, emprego, espaço para cantar, banco para guardar o dinheiro roubado que era para construir a escola de quem fica no aro veja. Construímos escola, mas levamos o filho para a terra do colono. Acho que só nos falta vergonha para pedir ao colono que volte para fazer tudo por nós, porque ainda que façamos como dizia um amigo, temos que vedar o país com chapas e escrever “ESTAMOS EM OBRAS”. Essa obra terá de ser feita pelo colono.


Vergonhoso ainda é ouvir discursos segundo os quais o legado de Rui Mingas deve ser passado de geração em geração, pergunto, também nos vão ensinar que temos de morrer nas terras do colono? Aliás, essa pergunta não se deve fazer, já que o número de angolanos em terras do colono vai aumentando, ainda que o Presidente, como sempre tem versão diferente da realidade, já considerou a fome que mata até em Luanda, como sendo relativa, mesmo a rádio onde ele é o editor chefe e chefe de informação, a noticiar que casos de morte por fome.


O que será ensinado aos jovens? O comportamento de briga de criança por fome? O comportamento como dizem “mortada, ainda me dá lá água na sua casa para eu beber? Me dá lá um quartito para dormir, ainda que seja num lar de idosos?
O que será ensinado é de que o bom combatente deve morrer na terra do seu adversário?


Isso não é paz e tão pouco reconciliação, isso chama-se traição à pátria!