Luanda - O Presidente da República substituiu a direcção do cerimonial por quadros  do Serviço de Estado de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE). Quem o diz é o site o Club-K.

Fonte: Club-k.net

Não tarda, qualquer dia vamos ler ou ouvir que o Chefe de Estado recorreu ao SINSE para preencher as vagas da confeitaria da Presidência da República. E isso é que seria doce! Qualquer dia vamos ler ou ouvir que o SINSE mudou-se de mala e cuia para o Palácio Presidencial. E assim ficará composto o ramalhete para a “sinse-zinzação” total e absoluta de um órgão de soberania: a Presidência da República de Angola!

João Lourenço tem feito (meu juízo, minha cabeça, sentença Vossa) uso (indevido) abusivo do SINSE. Este abuso já está, para mim, a ganhar contornos perturbadores. João Lourenço tem feito de “pau-para-toda-obra” este instrumento primacial e de transcendental importância do Estado angolano.

Inquieta-me, verbis gratia, o facto de ninguém dizer - com frases abertas e com todas as vogais e consoantes abertas - ao Presidente da República que o papel do SINSE não é o de “tapar-furos” ou o de fazer Relações Públicas.

O Presidente da República não pode dispor do SINSE como se de uma agência de trabalhos eventuais se tratasse para preencher todos os sectores da vida pública nacional onde haja inépcia, negligência, laxismo, compadrio ou falta de incentivo para o trabalho. Não, não está certo.

O que tem de fazer é colocar as pessoas ideiais nos lugares certos. Não tem que se ser necessariamente do SINSE ou do partido no poder para se ocupar um lugar. Basta que seja angolano qualificado, competente, idôneo e patriota. Basta isso!

A Lei é clara quanto ao Objecto Social do SINSE. Os quadros deste organismo do Estado têm de ter “olhos” e “ouvidos” em todos os lugares do território nacional para garantir a defesa dos cidadãos.

Em 2017 João Lourenço apresentou-se como o “messias” angolano. Ou pelo menos houve quem assim o considerasse e há quem assim ainda o considere. Porém, o aclamado messias não conseguiu fazer a ruptura com as práticas do passado, tal como era suposto possível e desejável.

O Presidente da República não pode continuar a administrar o País da mesma maneira que no passado. A menos que queira manter a “sociedade de delatores” criada aos onze dias de Novembro de Mil Novecentos e Setenta e Cinco.

Se este é, de facto, o seu anelo, então que Sua Excelência O Presidente da República nos diga com “quantos quilos de medo” , daqui para frente, teremos de viver no ambiente “pidesco” que, ao que tudo indica, pretende instituir no País.