Luanda - Eis que, de supetão, ressurge o debate/controvérsia a respeito do Hino Nacional, quando o momento devia ser de reiterar de reconhecimento a um dos seus autores, que partiu para a perspectiva ignota da vida... Descanse em Paz, Grande Ruy Mingas!

Fonte: Club-k.net

Como o assunto elaboração/concepção do Hino Nacional voltou à tona, juntamos a nossa posição, consolidada em razão do tempo e do acesso à informação, o permite a concatena dos factos do seguinte modo:


Tivemos duas dinâmicas no processo de elaboração/concepção do Hino.

 

Primeiro, por indicação de membros da Direcção do partido, se incumbiu Eduardo Nascimento para trabalhar na letra, este convidou Tazinha de Mascarenhas para ajudar na composição. Entretanto, após a entrega do trabalho feito, a Direcção do partido, em reunião, entendeu que, por o texto estar algo militarizado, devia ser reprovado e, na altura, surgiu também a suspeição sobre Ed. Nascimento de ser colaborador da PIDE. O que reforçou a decisão de reprovar o Hino por si apresentado. Pelo que, faltando pouco tempo para o 11 de Novembro de 1975, a Direcção do partido encarregou um membro da sua Direcção, no caso Manuel Rui Monteiro, sendo Ministro da Informação, jurista e escritor/poeta, a missão de elaborar o Hino, que, por sua vez, chamou o seu amigo e chará Ruy Mingas, pela afinidade que possuíam nas lides culturais, e este se fez acompanhar do seu primo Carlitos Vieira Dias, para ajudar musicalização com a sua guitarra e da filha Katila, que se estava a se iniciar na música.

 

Tratando-se do mesmo movimento/partido e mesmo sentido/fervor revolucionário, Manuel Rui teve acesso ao texto reprovado, por causa dos trechos de militarização, e concebeu um novo texto. Daí ser perfeitamente natural que existam laivos do texto reprovado no novo texto. Ou seja, em termos históricos, está salvaguardada a existência de um texto anterior.


Quanto a Carlos Lamartine, nos parece que faz uma confusão/reclamação desnecessária, do ponto de vista de protagonismo. Vejamos:
Se for para se alargar/incluir na autoria do Hino Nacional outras figuras, devem ser mencionados o próprio Manguxi, que fez correcções ao texto/letra, e os membros da Direcção do partido, à época, que o aprovaram. Tem de entender, de vez, que a intervenção dele, tal como da Katila Mingas, dos Carlos Vieira Dias e doutras pessoas, que presenciaram o momento, como participação indirecta, com incidência nos acabamentos e na primeira entoação no acto de proclamação da Independência. Não fazendo deles autores da obra Hino Nacional!


Portanto, é razoável que numa ficha técnica restrita constem apenas os nomes dos Rui's como autores. Agora, numa lista alargada, aí sim, entram outros nomes, i.é, indivíduos que estiveram presentes e prestaram auxílio aos dois autores. Ponto.