Cabinda - A mensagem do camarada Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço no dia internacional de combate contra a corrupção (9 de Dezembro) motivou-nos para esta denúncia pública. No sector da saúde em Cabinda temos muitos problemas ligados ao comportamento do nosso chefe Dr Rúben de Fátima Buco. Não vamos tocar aqui nas outras situações difíceis e complicadas em que o nosso principal gestor está envolvido. Mas há algumas situações em que não podemos ficar calados e a fazer de contas que tudo está bem. A nível do nosso sector há coisas que circulam, mas morrem nos mujimbos porque não temos a cultura da denúncia. O medo das represálias é que reina no seio dos profissionais. Em relação ao Secretário Provincial da Saúde em Cabinda, nós não vamos tocar na sua personalidade e na sua vida privada. O que queremos trazer aqui é meramente questões ou algumas práticas não abonatórias como gestor principal do sector na província e que requerem uma correcção imediata.

* Jorge Santos
Fonte: Club-k.net

Denúncia pública

O nosso chefe é médico de profissão. Ele está inscrito no primeiro ano de especialidade da medicina comunitária. Até aqui tudo bem. O problema é que nunca cumpriu o programa da especialidade. A sua intenção é de conseguir o título de especialista em medicina comunitária sem cumprir o programa do curso em conluio com os professores cubanos da especialidade. Isto não é uma fraude? Sabemos todos que a sua função não lhe oferece a disponibilidade total que se exige para cumprir um programa de especialidade. Então querer levar dois ossos ao mesmo tempo pode não resultar.


No que tange a gestão do sector o senhor secretário provincial é muito ganancioso. Ele não esconde que esse cargo é para ele uma oportunidade para resolver os seus problemas materiais. As atitudes dele neste sentido são mesmo públicas e do domínio dos profissionais do sector da saúde em Cabinda. Ora vejamos. Sabemos todos que o nosso chefe Dr Ruben não faz bancos clínicos. A grande questão é esta: como é que ele recebe os subsídios de bancos clínicos (horas extraordinárias) em quatro unidades hospitalares da província, nomeadamente no Hospital Provincial, no Hospital 28 de Agosto, na Maternidade 1o de Maio e no Hospital Geral de Cabinda? Para além disso, tem um salário fantasma no Instituto Médio de Saúde de Cabinda, não sabemos a título de que. Os profissionais da saúde que estiveram na linha da frente durante a pandemia da covid-19 continuam a reclamar dos seus subsídios.


Queremos saber qual foi destino dado deste dinheiro disponibilizado pelo nosso Executivo. A nível do património do sector temos também alguns problemas. O senhor Secretário tem seis viaturas do Estado na sua posse ou então com destino incerto: um toyota prado preto (matrícula LD- 44-12-LV), um toyota land-cruiser novo que o governo disponibilizou para os programas do Departamento da Saúde Pública, um toyota hillux, um jipe suzuky jimmy (matrícula LD-85-21- FL), a antiga carrinha mitshubishi L200 da Saúde pública e um camião cisterna de marca iveco que desapareceu sem rastos. O que está apurado é que nenhuma destas viaturas passou pelo processo de abate. Portanto é património do estado e tem de estar ao serviço do estado. Mas não é o que acontece.

Em relação as residências destinadas para o pessoal médico, entendemos que é do seu direito como Secretário beneficiar de uma residência familiar porque ele andou sempre em Luanda. Mas ocupou uma residência na vila olímpica e uma outra no Buco-Ngoio, e ainda uma terceira residência destinada a acomodar lá o seu pai. É um gesto muito louvável cuidar dos nossos pais. Mas não tem que ser com o património do Estado, segundo aquilo que as leis do país mandam.


Queremos concluir esta denúncia invocando as palavras sábias e clarividentes do camarada presidente João Lourenço na sua mensagem para o dia internacional de luta contra a corrupção: «O nosso país conhece, por experiência própria, os males causados pela corrupção e reconhece a necessidade de se combater permanentemente este mal, criando condições para a sua prevenção, para a eliminação da sensação de impunidade e para a repressão exemplar».


O camarada Presidente voltou a tocar neste mesmo assunto da sua determinação na luta contra a corrupção e a impunidade no discurso de abertura da reunião do Comité Central no dia 19 de Dezembro. Esperemos que estas palavras interpelam o chefe do nosso sector em Cabinda sobre a sua conduta gananciosa que está prejudicar os interesses do Estado e do sector da saúde em Cabinda e mancha a imagem dos quadros do partido na província. Fizemos a nossa parte e agora passamos a bola para os orgãos de direito para averiguação e o apuramento destes factos.