Luanda - Algum tempo atrás, eu estava na África e me deparei com alguns homens almoçando depois de uma longa caminhada. Eles me convidaram para me juntar a eles e, como estava faminto, não hesitei em aceitar o convite. No meio havia uma pequena fogueira onde os homens estavam sentados, e ao lado deles havia um prato enorme com carne e molho e, ao lado, uma grande tigela com funji. Os homens comiam mergulhando pedaços de funji no molho.

Fonte: Club-k.net

Os homens pareciam satisfeitos com essa refeição, acreditando que quantidade significava qualidade. No entanto, pessoalmente, não estava confortável com isso, pois estava acostumado a comer pratos mais variados e saborosos com tomates, legumes, alho, cebola e uma mistura de especiarias. Eu sempre gosto de ter acompanhamentos com minhas refeições.

Essa experiência despertou minha curiosidade sobre o que os Navy SEALs, uma das unidades militares de maior desempenho do mundo, comem. Descobri que eles têm uma dieta muito equilibrada, consistindo em carnes magras, refeições ricas em proteínas, feijões, lentilhas, muitos legumes e alimentos ricos em nutrientes.

Eu discuti com os homens, tentando convencê-los a diversificar sua dieta para uma melhor saúde. No entanto, eles insistiam que estavam felizes com o que estavam comendo e qualquer mudança interferiria em sua identidade e valores culturais.

A verdade é que a falta de micronutrientes na dieta dos africanos subsaarianos é uma questão crítica que precisa ser abordada. Por um lado, temos pessoas de classe média sofrendo com as chamadas doenças da abundância - diabetes, hipertensão, problemas digestivos e assim por diante. Por outro lado, existem pessoas sofrendo com a falta de micronutrientes adequados. Isso é especialmente verdadeiro na África Austral, onde países como a África do Sul enfrentam uma séria epidemia de doenças relacionadas à má nutrição.

Existem várias razões para a má nutrição na África subsaariana. Um motivo é que muitas pessoas na região não podem pagar por alimentos saudáveis, que muitas vezes são mais caros do que alimentos processados e enlatados. Frangos criados organicamente geralmente são bastante caros, mas a carne enlatada é barata.

Outro problema é que algumas culturas têm fortes vínculos com alimentos tradicionais que são ricos em amido e pobres em micronutrientes. Já ouvi famílias desprezarem seus filhos por insistirem em comer uma refeição variada, dizendo que estavam tentando se comportar como brancos. Uma criança que se recusa a comer funji todos os dias e insiste em massa, arroz, saladas, frango será vista como desajustada.


Outro problema é que muitas pessoas na África subsaariana levam estilos de vida sedentários, principalmente em áreas urbanas. Em áreas rurais, você frequentemente vê mulheres idosas indo para seus campos perto do riacho para cuidar de seus vegetais. Uma análise do que elas vão cultivar revelará muita variedade. Essa falta de atividade física, com as pessoas passando horas e horas assistindo televisão, contribui para a prevalência da obesidade e outras doenças crônicas.

Existem várias coisas que podem ser feitas para melhorar a nutrição na África subsaariana. Um passo importante é tornar os alimentos saudáveis mais acessíveis. Isso pode ser feito por meio de subsídios para o custo de frutas, legumes e outros alimentos nutritivos.

Também é importante educar as pessoas sobre a importância de uma boa nutrição. Isso pode ser feito por meio de escolas, programas de alcance comunitário e campanhas na mídia. Além da educação, também é importante promover estilos de vida saudáveis. Isso inclui incentivar as pessoas a serem mais ativas fisicamente e a evitar fumar e consumir álcool excessivamente.

Uma outra solução para o problema da má nutrição na África subsaariana seira voltar às fontes de alimentos tradicionais. Muitos alimentos tradicionais africanos são ricos em micronutrientes. Por exemplo, batatas-doces, abóboras, amendoins e girassóis são todas excelentes fontes de vitaminas, minerais e fibras.

Uma maneira é incentivar as pessoas a cultivarem seu próprio alimento. Isso pode ser feito por meio de hortas comunitárias ou fornecendo sementes e mudas para as pessoas. Outra maneira de promover alimentos tradicionais é torná-los mais disponíveis nos mercados e restaurantes. Isso pode ser feito trabalhando com agricultores e empresas locais para aumentar a produção e distribuição de alimentos tradicionais.

A educação é essencial para melhorar a nutrição na África subsaariana. As crianças precisam aprender sobre a importância de uma boa nutrição e como fazer escolhas alimentares saudáveis. Elas também precisam aprender sobre a importância da atividade física e da boa higiene.

Líderes tradicionais, como líderes religiosos e políticos, também podem desempenhar um papel na promoção da boa nutrição. Eles podem ajudar a educar suas comunidades sobre a importância de uma boa nutrição e estilos de vida saudáveis.