Luanda - Estão praticamente criadas as condições para a JMPLA realizar seu congresso que irá eleger o novo primeiro secretário nacional desta organização juvenil.

* Carlos Cruz
Fonte: Club-k.net

Crispiniano dos Santos, o actual líder do braço juvenil do MPLA, é praticamente uma carta fora do baralho, depois de ter deixado um enorme passivo que pouco ou nada dignificou a organização.

Consta que esteve longe de dar continuidade ao bom trabalho que caracterizou os consulados de Bornito de Sousa, Ângela Bragança, Álvaro Boavida, Paulo Pombolo e Luther Rescova.


Para muitos, ele será recordado como o pior dirigente que a JMPLA já teve, por não ter sido capaz de galvanizar as bases ou mesmo atrair os jovens empresários e intelectuais para as fileiras da organização juvenil.


Contudo, outros nomes perfilam no horizonte, estando já em campanha Tito Cambanje, Justino Capapinha (apoiado por Crispiniano dos Santos), Hermingarda Fernandes, que conta com o apoio dos filhos da vice - presidente do MPLA, e Isaías Kalunga, actual dirigente do CNJ.

Kalunga, segundo fontes do Club-K, é uma figura que desperta opiniões divergentes. Alguns o acusam de falta de decoro, enquanto outros o reconhecem por seu trabalho em prol da comunidade.


Em relação à sua candidatura, o professor universitário e comentador de questões políticas e sociais na rádio Ecclésia, Albino Pakissi escreveu na sua página do Facebook que a ida de Kalunga à JMPLA demonstrará que esta organização esteve sempre ao serviço do partido governante.

Kalunga, que tem sido um alvo de críticas pelo seu desempenho nos órgãos de comunicação social, é descrito por alguns como um responsável juvenil ambicioso, sendo membro do Conselho da República. O mesmo tem a grande vantagem de ser mobilizador, sendo certo que tem a estrutura do Conselho Nacional da Juventude sob sua tutela

O Congresso é visto como um dos eventos mais importantes que a JMPLA terá à sua frente com vista a resgatar a sua mística.

Dizem as fontes que Justino Capapinha não tem capital político para alavancar a JMPLA, numa competição política que não se compadece com amadorismos ou sentimentalismos.

Tito Cambanje é descrito como um jovem que tem carisma, é combativo, congregador, e o facto de ser intelectual e comunicador nato dá - lhe a vantagem de comunicar bem com as bases e as elites políticas ou dar o rosto pelo MPLA e a direcção do partido nos momentos mais cruciais em debates nos canais nacionais e internacionais.

Teve um infeliz incidente há 2 anos, pelo que pediu desculpas públicas pelo seu acto aparentemente irreflectido. Os críticos acusam-no de defender em excesso nos debates o MPLA e o Presidente João Lourenço.

Hemingarda Fernandes era antiga líder da JMPLA nas eleições de 2022, tendo sido apontada como uma das principais culpadas da derrota em Luanda por não ter tido a capacidade de mobilização e galvanizar os jovens de Luanda.

O desfecho do congresso terá reflexos na vida política do país, visto que no lado oposto está a JURA, de Nelito Ekuikui.

Qual dos quatro concorrentes poderá afrontar o líder juvenil da UNITA?

Quem poderá mobilizar os sectores mais dinâmicos da sociedade a favor do MPLA? Quem poderá tratar da inserção da juventude angolana em benefício do MPLA? São perguntas difíceis, mas que a direcção do partido deve responder.