Luanda - Com certeza, este Campeonato Africano de Futebol das Nações, a decorrer na Costa do Marfim, passará para a história como um dos melhores em termos de representação angolana dos últimos anos. A juventude angolana, ali representada por Mabulu, Gelson Dala, Gibeile, Zini, Hélder Costa, Luvumbo, Neblú, Kialonga, Show e todos os presentes, apesar dos poucos meios que temos em todos os sentidos (equipamentos desportivos, meios económicos, sociais, entre outras problemáticas), está a tentar dignificar o nome do nosso país perante as nações africanas e o mundo.

Fonte: Club-k.net

Os Palancas Negras estão a fazer a sua parte. Agora, cabe a quem de direito fazer as devidas anotações com o objetivo de reforçar a aposta no capital humano. É importante rever a gestão do setor dos desportos e da cultura no nosso país. Com seriedade, foco e responsabilidade, o grande talento angolano brilhará ainda mais em todos os setores, especialmente no desportivo.

 

Temos acompanhado igualmente o bom desempenho das nossas guerreiras da seleção de andebol, o bom trabalho dos basquetebolistas. Nas artes marciais, o talento é cada vez mais visível e premiado, e o mesmo tem acontecido no motociclismo, no atletismo… e porquê não mencionar também a cultura: a nossa música, os nossos livros, as nossas artes cênicas (Pedro Hossi, Sílvio Nascimento, Lesliana Pereira, Gilmário Vemba, Maria Borges), o nosso jornalismo (Victor Hugo Mendes, Israel Campos)? Temos bons filhos de Angola triunfando onde obtiveram uma oportunidade.

 

É necessário revisarmos as nossas prioridades. Desde já, a compra massiva de Lexus e as viagens milionárias ao exterior não são prioridades. É prioridade, também, investir no desporto escolar, criar em cada município, comuna, bairro e aldeia infraestruturas desportivas com profissionais qualificados, para o incentivo à prática das modalidades desportivas desde a mais tenra idade a toda a população, assim como a promoção de hábitos saudáveis.

 

O desporto é a chave para o triunfo de muitos jovens. Temos muitos exemplos (Akwá, Mantorras, Maradona, Pelé, Mohamed Ali, Messi, Cristiano Ronaldo, Samuel Eto'o, Drogba, Demarte Pena…). Urge trabalhar arduamente para que o nosso país tenha uma boa presença nas competições internacionais, para a promoção, de forma positiva, do nosso país e para a atração do capital externo.

 

O desporto afasta os jovens da delinquência, das drogas e de outros vícios. Um jovem que pratica o desporto, principalmente o de alta competição, é uma mais-valia para o seu país e para o mundo. Aproveitemos esta oportunidade oferecida pelos Palancas Negras para fazer melhor as coisas. Apostemos seriamente no desporto em todas as modalidades, para que daqui em diante tenhamos muitos bons embaixadores.

 

Não existe uma prática mais favorecedora da igualdade de oportunidades do que o desporto. No desporto, os filhos dos pobres, os filhos do gueto, também podem chegar a ser milionários. Com o desporto, quebra-se o ciclo da pobreza.

 

Desde já, dizer que, aconteça o que acontecer nos próximos jogos, Angola está grata pelo esforço dos Palancas Negras. Estes jovens, nascidos nos bairros do país, onde jogamos à bola descalços nos campos de areia vermelha, onde cresceram em lares desestruturados e que, na maioria dos casos, tiveram que abandonar os estudos por falta de meios, encontram no desporto uma porta para outro futuro, um futuro de sucessos.

 

Gibeile, não esqueças a tua coluna. Continua a motivar a equipa através das nossas músicas, a música do gueto, dos nossos guetos, a voz e o sentir do povo. Vocês representam-nos. Ganhando ou perdendo, estamos juntos.

 

Força Palancas Negras! Angola inteira está convosco.

 

Viva a Juventude Angolana! Viva o Desporto Angolano!