Luanda - Sexta-feira, 02 de Fevereiro, dia de prova para os alunos do segundo ciclo, coincidentemente o dia em que Angola jogaria a passagem para as meias-finais no CAN da Côte d’Ivoire. A prova de EVP estava marcada para as 13 horas. Quando olhei para a jovem, a primeira vista tudo rotineiro, o normal, estava ela trajada com o uniforme habitual da escola. Um olhar mais examinador próprio dos pais claro, reparei que, para além do uniforme alguma coisa mais havia.

Fonte: Club-k.net

Unilateralmente a jovem pré adolescente de 13 anos, estudante da 8.ª Classe, decidiu levar a escola cachecol da selecção feito como lenço na cabeça. Fiz-me de desentendido. Até porque estou a par do interesse pelo desporto. Os miúdos em casa gostam mesmo da bola. Vibraram com as vitórias anteriores. No fim do jogo, Angola vs Nigéria consegui sentir o desapontamento de cada uma das crianças. As lágrimas preenchiam os olhos lindos dos nossos filhos. “Jogamos bem, só que perdemos”, desabafaram os putos. Não disse nada a filha, mas senti um enorme orgulho pelo sentimento de pertença demonstrado pela a mini-cidadã.


É claro que todo o envolvimento dos miúdos não poderia passar despercebido aos adultos. Ao analisar toda a dinâmica pré e pós jogo, se percebe que a desilusão por Angola não ter passado, não estava apenas associada a apreciação do futebol. A tristeza estava invariavelmente conectada ao amor que cada uma das crianças angolanas nutre pela pátria mãe. Elas entendem que ser angolano é lutar por essa linda terra. Com essa constatação concluí que cada um de nós, adultos, pais, deve dar o seu melhor por esta terra para que os mais novos tenham um legado a defender. Um país que possa lutar de igual para igual com outras nações. E aqui o desafio não é apenas dos governantes.
Depois dessas notas passo a minha leitura do ocorrido durante os 90+7 minutos de jogo:
Um defesa central de marcação que perde muitas vezes no duelo directo com os seus oponentes, não pode ser uma referência. Tó Carneiro é muito impetuoso, isso é bom, mas tem de ter a capacidade de recuperação. Perdeu muitas bolas. Fredy, um batalhador nato. Edy Afonso, não tão bom como nos últimos jogos, mas claramente deu o seu melhor. Todos os outros jogadores deram o seu melhor. Que o nosso melhor seja sempre o mais do que melhor. Não pode uma selecção de alta competição passar necessidades. Parabéns Angola. Que os nossos dirigentes percebam bem o que deles se espera!