Luanda - Em Angola, alguns empresários americanos do sector não petrolífero ponderam abandonar o país, como consequência da instabilidade fiscal e do excesso de burocracia. Face à situação, as trocas comerciais entre Angola e os Estados Unidos passaram de 20,9 mil milhões de dólares, em 2008, para 2, 8 mil milhões de dólares actualmente.


Fonte: RFI

Pedro Godinho, presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos da América em Angola, revela que os investidores americanos alegam encontrar muitas dificuldades burocráticas para importação de matéria-prima.


O responsável associa o descontentamento dos empresários a um suposto mau ambiente de negócios, que alega estar “afugentar” algumas empresas americanas que operam no mercado angolano. “Há uma desmotivação muito grande e consideram que a Angola é um mercado muito complicado para trabalhar, por causa da instabilidade cambial, do ambiente fiscal, do excesso de burocracia. Por exemplo, temos um outro membro que está a ponderar sair, porque não consegue importar matéria-prima de que necessita”, disse o líder associativo”.

Na óptica Pedro Godinho, o mau ambiente de negócios, também, está minar as trocas comercias entre os dois países que, em 2008, rondavam 20,9 mil milhões dólares, hoje caíram para 2,3 milhões dólares. “As trocas comerciais estão a declinar. Do PIB (Produto Interno Bruto) que foi, em 2008, quando as trocas chegaram a 20,9 bilhões de dólares, hoje anda por 2, 8 bilhões, porque, em 2008, Angola exportava maior parte da sua produção para os Estados Unidos. Portanto, o total das trocas, em 2023, as trocas tiveram próximo 2,3 mil milhões de dólares”.


O líder da Câmara de Comércio Americana em Angola apela às autoridades angolanas analisarem a situação, já que os americanos olham para Angola, como um país aberto ao investimento estrangeiro.

“O nosso alerta é mesmo para que possam ouvir esse clamor, porque as pessoas não reclamam, somente, porque querem reclamar. Tem muitas destas empresas já têm algum tempo em Angola e muitas delas sabem que país tem oportunidades e tem recursos, mas, agora, o futuro deste país passa, necessariamente, pelo desenvolvimento das empresas privadas, que vão criando emprego para juventude, finalizou Pedro Godinho.