Luanda - A Câmara Criminal do Tribunal Supremo (TS) ainda não recebeu o processo que envolve a empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente de República, José Eduardo dos Santos, na gestão da empresa petrolífera Sonangol.


Fonte: Novo Jornal

Em Janeiro último, o procurador-geral da República, Hélder Pitta Gróz, anunciou que o iria fazer rapidamente mas tal não aconteceu, soube o Novo Jornal, esta terça-feira,20, junto do TS. "Ouvimos a PGR dizer à imprensa que remeteria, em alguns dias, o processo da empresária Isabel dos Santos ao Tribunal.



De lá para cá não nos fez chegar nada! Não sei se o fará em breve, mas é um facto que passado mais de um mês, aoTribunal Supremo ainda não chegou nada", contou ao Novo Jornal um alto responsável da Câmara Criminal do TS. Em princípio de Janeiro, o procurador-geral da República, Hélder Pitta Gróz, assegurou que o processo estava na fase final e que dentro de poucos dias o faria chegar ao Tribunal Supremo.

"Temos um processo que está já na sua fase final, dentro de dias será remetido a tribunal, é o processo que diz respeito à gestão da Sonangol", garantiu o procurador-geral. Em causa está o processo relativo a uma denúncia sobre uma transferência de mais de 38 milhões de dólares para empresas controladas por Isabel dos Santos, depois de esta ter sido exonerada do cargo de presidente do Conselho de Administração da Sonangol.

Segundo Hélder Pitta Grós, a PGR está a conseguir dar boa resposta aos processos que já vinham de anos anteriores. "Como sabe, a investigação criminal nem sempre é fácil e quando dependemos de terceiros para obter alguns meios de prova, os atrasos acabam por ser maiores do que aquilo que nós desejaríamos", sublinhou então o PGR.

Isabel dos Santos está envolvida em processos judiciais em várias jurisdições, incluindo Portugal, e é visada desde 2022 num "alerta vermelho" da Interpol, na sequência de um pedido de Angola para a sua localização e detenção provisória.