Lisboa - Higino Duarte Regal, também conhecido como Carlos Eduardo Monteiro, o barão angolano repatriado de Moçambique neste final de semana em uma aeronave da presidência angolana, ostenta em seu perfil do LinkedIn um passado profissional nebuloso. Ele se apresenta como consultor sênior do governo de Angola (entre 2015 e 2016) e membro do Serviço de Informação e Segurança de Estado (SINSE) entre 2004 e 2016.
Fonte: Club-k.net
Formado em direito, Higino Duarte Regal, também conhecido como "advogado Pablo", foi condenado a 10 anos de prisão por crimes de furto, tráfico de drogas, falsificação de documentos e abuso de confiança.
Em 2017, foi detido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro com 1,4 quilos de cocaína, escondida em uma mala oriunda do Brasil. Posteriormente, devido à gravidade de sua doença, foi transferido para o Hospital Prisional de São Paulo. Em setembro de 2019, fugiu durante o I Congresso de Oftalmologia, quando estava sendo conduzido para exames clínicos na Clínica Girassol, onde estava sob custódia prisional.
Regal fazia parte de um grupo criminoso que traficava cocaína entre o Brasil, Angola e Nigéria, em um esquema meticulosamente planejado. Além disso, desde novembro de 2003, dirigia a empresa de advocacia "Regal e Associados", que atuava na área jurídica e de consultoria geral, oferecendo serviços diversos.
Apresentando-se como detentor de um doutorado em Finanças pela Universidade de Lodz, na Polônia, nos finais da década de oitenta, a firma de advocacia de Higino Regal é descrita pelo mesmo como "uma empresa de consultoria e lobby, com vasta experiência no mercado angolano", facilitando "o acesso ao Governo Central de Angola para negócios".