LUANDA — Aldeias inteiras estão a ser despovodas em Cabinda em resultado de “ataques de surpresa e esporádicos” dos guerrilheiros da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) contra as Forças Armadas, criando um cenário de medo e de insegurança permanentes no seio das populações.

Fonte: VOA

O alerta foi feito terça-feira, 27, por figuras políticas e da sociedade civil de Cabinda, ouvidas pela Voz da América, a propósito das consequência do longo conflito militar na região, cuja dimensão foi sempre minimizada pelas autoridades angolanas.

Carlos Vemba, presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), diz que, fruto da instabilidade política e militar, os cidados são permanentemente forçados a abandonarem as suas aldeias para se refugiarem em zonas seguras da província.

“Sempre que há ataques e há baixas por parte das forças convencionais, a população tem sido a principal vítima. Quem se desloca da cidade de Cabinda para Belize ou Buco Zau vai sempre com um sentimento de insegurança”, revela Carlos Vemba.

Por sua vez, o responsável do Movimento Independentista de Cabinda, Maurício Gimbi, afirma que, apesar de os ataques da guerrilha acontecerem “de vez em quando”, as consequências sobre a população são visíveis.

“Eu perdi uma cunhada no ano passado. A nossa floresta do Maiombe está totalmente militarizada. As pessoas podem ir a Ponte Negra mas não sabem quando podem ser surpreendidas”, aponta Gimbi.