Luanda - Dezenas de residências foram demolidas no início desta semana (segunda e terça-feira), na zona do 11 de Novembro, no Distrito Urbano da Cidade Universitária, município do Talatona, em Luanda, por supostos agentes da fiscalização e da Polícia Nacional.

Fonte: Club-K.net

São obras pertencentes às camponesas da empresa “Konda Marta”, que foram deitadas abaixo pelo martelo demolidor no quadro do conflito fundiário, que envolve as camponesas e determinadas altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), na disputa de terras há mais de oito anos.

 

No local, segundo apurou o Club-K, as demolições no perímetro do 11 de Novembro foram presenciadas pelo novo administrador do município de Talatona, José de Oliveira dos Santos Bastos, bem como pelo administrador do Distrito Urbano da Cidade Universitária.

 

Fontes da administração distrital da Cidade Universitária e do Talatona, revelam os planos para alegada usurpação de terrenos da empresa “Konda Marta”, têm sido traçados num contentor junto ao Arquivo Nacional.

 

O local foi transformado como uma administração, onde “os invasores fabricam e emitem vários documentos, incluindo direitos de superfície”.

 

A emissão desses documentos “em clara violação da lei”, segundo a fonte, tem sido feita por um cidadão identificado por António Correia, sobrinho do antigo administrador municipal do Talatona, Rui Duarte.

 

As autoridades têm o conhecimento da ilegalidade, mas de acordo com as camponesas, não fazem para inverter o quadro pelo facto de estarem envolvidas altas patentes da Polícia e das FAA, com o suporte de funcionários das duas administrações (municipal e distrital).

 

As demolições de segunda e terça-feira, tiveram a testa um sub-chefe da Polícia de Guarda Fronteira (PGF), Escurinho Manuel, antigo colaborador da empresa “Konda Marta”, influenciado para ocupar uma parte da parcela de terras de camponesas.

 

Escurinho Manuel, mais conhecido por "Escurinho", alega que conta com o apoio do Governo Provincial de Luanda (GPL), supostamente a pedido de oficiais Generais das Forças Armadas Angolas e da Polícia Nacional.