Luanda - O clube desportivo 1o de Agosto, é um dos melhores clubes do Girabola, que a mais de um ano viu a redução orçamental de 800 para 200 milhões de kwanzas mês, pelo Ministério das Finanças, por via do Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, alegadamente por não haver prestação de contas pela direção, colocando o clube a uma crise financeira sem precedentes, isso deve-se a um conjunto de factores que estão a por em causa a estabilidade financeira do clube e está afectar direitamente os jogadores de todas as modalidades e a parte administrativa do clube.

Fonte: Club-k.net

Nos últimos tempos o 1o de Agosto tem consentido várias derrotas e empates, tanto no futebol, basquete e outras modalidades, isso tem deixado os adeptos bastante descontentes e desanimado com a prestação do clube e de uma forma direita tem o seu impacto na redução da massa sociativa aos estádios. 1o de Agosto sempre foi um clube organizado a nível interno e externo, sempre teve a capacidade de lidar com as situações extremas que a imputabilidade era emanada ao clube, porém, o clube hoje está a passar por maos momentos ”piores” que estão a transmitir um sentimento de preocupação para toda a massa sociativa, mas isso deve-se a má gestão de recursos financeiros, capital humano na folha de salário que não pertence ao clube ”fantasmas”, contratos exorbitantes, distribuição de imóvel do clube para terceiros e inúmeras situações que estão a levar em decadência o clube.


Há quatro anos atrás o 1o de Agosto era o melhor clube de Angola, tendo participações nas competições nacionais e internacionais frequentes com a presença de jogadores renomados a nível do futebol nacional e até na diáspora como, Ary papel, Zito Luvumbo, Geraldo, Nelson da Luz, Mabululu e outros que também faziam parte desse elenco, após a saída desses jogadores, o clube obteve receitas pela venda de diversos jogadores listado nesta lista e outros não listado na lista, obviamente o clube estava a passar por um momento espetacular onde o capital financeiro estava a entrar com bastante freqüência. Hoje, não se percebe a carência de recursos financeiros para dar segmentação nas atividades rotineiras do clube, claramente estamos perante uma situação muito triste por causa da má gestão dos dirigentes do clube, e a pergunta que não se cala, é, para onde foi todo o capital financeiro que o clube auferia ? será que clube não tem um fundo de maneio positivo ? será que o clube tem capacidade de liquidez ?

O clube começou a gerir mal o capital financeiro proveniente da venda de alguns jogadores e que de uma forma direita não teve justificação da sua aplicação provocando diversas incertezas de como eram gerido esse capital. Para além da má gestão, um dos piores erros do clube foi a construção do Estádio França Ndalu, isso porque este estádio começou a enfraquecer os cofres do clube de forma imediata em compras de materiais de construção frequentes para dar seguimento na tal obra, a princípio estava tudo indo bem, mas depois de alguns meses a situação começou a piorar de uma forma evidente, onde as receitas só saíam e não entravam, logo, isso deixa-nos acreditar em que certos projectos devem somente ficar no papel e não ser implementado.


O alto índice de pessoas que não faziam parte do clube, mas que estavam na folha de salários também é uma condição sine qua no para decadencia financeira do clube, isso porque o clube detinha um números avultado de pessoas que recebiam valores monetários sem mesmo trabalhar pelo referido emblema. A questão dos contratados exorbitantes começou a surtir efeitos quando o clube começou a desmoronar, claramente o clube já não conseguia cumprir as cláusulas contratuais que tinha com os jogadores, isso começou a levar a saída de jogores de referencia do clube para outros emblemas e de uma forma direita começou a enfraquecer o clube do ponto de vista desportivo, começou a perder jogos e força que detinha sobre as outras equipas no frente a frente. Como por exemplo, a contratação do jogador das Hunduras Bryan Moya foi uma das piores decisões que o clube teve porque o atleta auferia um salário mensal de 21 milhões, sendo o jogador que mais ganhava no plantel e que não rendeu o que se esperou.

A distribuição de imóvel do clube e a forma de como eles eram geridas não passou desapercebido pela sociedade civil, adeptos, sócios e simpatizantes. Esta distribuição foram feitas de uma forma fechada pelos membros de direção do clube que de certa forma não seguiram os trâmites legais para tornar estes imóveis pertencentes ao clube como um investimento.


Os dirigentes do 1o de Agosto tiveram diversas oportunidades para reconstruir o clube e não o fizeram, decisão esta que veio emanada com enes consequência. A direção apostou muito em treinadores (Estrangeiro), jogadores e até mesmo em membros da equipa técnica que ajudaram apenas um terço do que se esperava deles.


Entenda, o que os dirigentes do 1o de Agosto deveriam ter feito ”Analogia racional”

O dirigentes do clube deveriam optar em contratar profissionais Angolanos para diminuição dos custo, nomeadamente salários e outros gastos administrativos, isso de forma a incentivar os treinadores Angolanos a trabalharem no verdadeiro sentido da palavra, sendo 1o de Agosto um clube grande, obviamente tentou-se procurar um treinador estrangeiro a altura, porém, em Angola temos excelentes profissionais como; O treinador Mário Catála (AFA), Edgnar Stopirrá (1o de Agosto), Lourenço Kaquinta (1o de Agosto) e Ladine da Cruz (AFA) que dariam dar sustentabilidade no clube.

As discórdias e os conflitos de interesses dos generais também tem sidos uma problemática constante a luz da organização interna do clube, parece que os generais andam divididos dentro do clube, os da direita e os da esquerda. As divergências constante dos generais tem abalado essa estrutura de uma forma suscita sendo que os da direita tem uma analogia diferente dos das esquerda, de como e qual rumo o clube deveria seguir, razão esta que está a levar certos generais a escolher um lado, é como se fosse os Democratas e os Republicanos dentro do clube.


Em suma, a Presidência do 1o de Agosto carece de um Presidente formado e com ideias sociais, positivas e construtivas de forma a tirar o clube dessa ideologia militar. A ideia de que Presidente do clube deve ser apenas General não é o mais ideal nos tempos actuais, o 1o de Agosto precisa de Presidente que não lhe faça lembrar que estamos na era de Sun Tzu, não precisamos ir buscar metódos militares para ganhar jogos, mas de Presidente que entenda que ninguém está acima do clube e que faça cumprir o regulamento do Clube. Pensar Clube, não Presidente!

*Nguinaldo Alberto – Analista Político e acadêmico