Lisboa - As autoridades angolanas mantém, por intermédio da sua embaixada em Washington, um contrato com a empresa de lobby norte-americana “Samuels International Associates Inc” ao qual paga 400 mil dólares, em dois em dois meses. (Acordo existente antes da nomeação da actual Embaixadora Pitra Diakite). Em círculos diplomáticos no regime há desconfiança de que o valor seja menos e que a outra parte segue para um destino desconhecido.
Fonte: Club-k.net
Lobby faz o mesmo trabalho que o adido de imprensa
A Samuels International Associates Inc (SIA) que presta serviços ao regime a cerca de uma decada reduziu as suas prestações com a Embaixada em Washington passando a centrar-se no fornecimento de informações sobre Angola baseada em colecta feita a partir de jornais americanos e estrangeiros (incluindo a Angop), ao que, no entender de observadores habilitados, acaba por anular o trabalho da figura do adido de impressa da missão diplomática exercido por uma jornalista, Laurinda Santos.
De acordo com cálculos feitos, o Estado angolano efectua com a SIA, um gasto 5 vezes maior que o orçamento mensal que os adidos de imprensa recebem do ministério a que dependem. O Ministério da comunicação social gasta por mês 30 mil dólares para os trabalhos dos mesmos (inclui despesas familiares, aluguer de casa e etc ). Na pratica, o trabalho que a SIA presta para a Embaixada angolana é o mesmo que faz um adido de imprensa.
A SIA Inc é uma empresa de lobby criada por um ex-alto funcionário do comércio do governo do presidente Ronald Reagan, o embaixador Michael Samuels. A aproximação com Angola terá iniciado a cerca de nove anos atrás. Antes, o regime angolano teria gasto em trabalhos de consultoria, cerca de 930 mil dólares por ano com a C / R Internacional, uma empresa liderada por, um ex-diplomata que trabalhou na embaixada americana em Angola, Robert Cabelly.
O recurso a serviços de lobby por parte de Angola teve a sua acentuação ao tempo do conflito armado. Um ano antes da morte de Jonas Savimbi, o regime angolano havia feito um contrato com a American Worldwide Inc, dirigida por John Moore, a quem o Estado angolano pagava 955 mil dólares por ano. O regime solicitou também, na altura, trabalhos da Patton Boggs durante três anos e igualmente os da Daniel Edelman, uma empresa de relações públicas, ao qual pagavam 400 mil dólares por ano.
Em todas as movimentações lobbistas angolana na capital americana, o ponto triunfal teria sido aproximação a Cohen & Woods, uma empresa do ex Secretario de estado, Herman Cohen, conhecido em meios diplomáticos como a figura que forneceu informação crucial da UNITA ao governo angolano.